Relatos apontam que um grande número de pessoas morreu em tragédia no Mediterrâneo
Relatos apontam que um grande número de pessoas morreu em tragédia no Mediterrâneo
GENEBRA, 20 de abril de 2016 (ACNUR) – Uma equipe da Agência da ONU para Refugiados entrevistou sobreviventes de um barco superlotado que naufragou no Mediterrâneo e ouviu relatos sobre o que pode vir a ser uma das piores tragédias envolvendo refugiados e migrantes dos últimos 12 meses.
Caso seja confirmado, cerca de 500 pessoas podem ter perdido suas vidas quando um barco afundou no mar Mediterrâneo, em localização desconhecida entre a Líbia e a Itália. Os 41 sobreviventes – 37 homens, três mulheres e uma criança de três anos de idade – foram resgatados por um navio mercante e levados para Kalamata, na península do Peloponeso da Grécia, no dia 16 de abril. Entre os resgatados estão 23 somalis, 11 etíopes, 6 egípcios e um sudanês.
Os sobreviventes contaram aos funcionários do ACNUR que eles faziam parte de um grupo de cerca de 200 pessoas que partiu na semana passada de uma localidade próxima a Tobruk, na Líbia, em um barco de 30 metros de comprimento.
“Depois de algumas horas no mar, os contrabandistas responsáveis pelo barco tentaram transferir os passageiros para uma embarcação maior, acondicionando centenas de pessoas em condições terríveis e de superlotação”, disse o ACNUR em uma declaração. “Durante a transferência, o barco maior virou e naufragou”.
Entre os 41 sobreviventes, estavam tanto pessoas que ainda não haviam passado para o barco maior, quanto pessoas que conseguiram nadar de volta para o barco menor. Eles ficaram à deriva possivelmente por três dias antes de serem descobertos e resgatados no dia 16 de abril.
O ACNUR visitou os sobreviventes em um estádio local de Kalamata, onde eles estão abrigados temporariamente pelas autoridades locais, enquanto passam por procedimentos junto à polícia.
Este ano, até o momento, 179.552 refugiados e migrantes chegaram à Europa pelo mar atravessando o Mediterrâneo e o Egeu. Pelo menos 761 pessoas estão desaparecidas ou morreram nesta travessia.
O ACNUR continua pedindo por mais meios de admissão regulares para refugiados e solicitantes de refúgio chegarem à Europa, incluindo vagas de reassentamento e programas de admissão humanitária, reunificação familiar, financiamento privado e vistos de estudantes e trabalho. Isto servirá para reduzir as demandas ocasionadas por contrabando e por jornadas perigosas e irregulares.