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Uganda lança grande operação para o registro de refugiados

Comunicados à imprensa

Uganda lança grande operação para o registro de refugiados

2 Março 2018
Um bebê congolês refugiado e sua mãe esperam por sua vez para o processo de cadastramento biométrico. © ACNUR/ Michele Sibiloni
ASSENTAMENTO DE ORUCHINGA, Uganda, 02 de março de 2018 (ACNUR) – O governo ugandês lançou um programa de larga-escala para verificar a identidade de todas as pessoas refugiadas no país, utilizando a biometria.

Com o apoio do ACNUR, Agência da ONU para Refugiados, e o Programa Mundial de Alimentos, oficiais do governo começaram a coletar impressões digitais e escanear as íris de mais de um milhão de refugiados.

O objetivo dessa ação é garantir que todas as pessoas refugiadas estejam devidamente registradas e recebam a proteção e assistência que precisam.

O governo está usando o software de registro biométrico do ACNUR, que já foi utilizado para cadastrar cerca de 4.4 milhões de refugiados em 48 países. A atividade de verificação da biometria na Uganda é a maior na história da Agência.

Refugiados que já foram cadastrados e registrados receberão novos cartões de alimentação e suas identificações biométricas serão utilizadas para fornecer e melhorar a assistência dada a cada indivíduo.

A ação será feita em todos os assentamentos de refugiados e entre refugiados urbanos na capital, Kampala. Espera-se que a atividade seja concluída em setembro de 2018, operando com seis equipes que trabalham simultaneamente para registrar 18 mil pessoas por dia.

Douglas Asiimwe, chefe de proteção de pessoas refugiadas do gabinete do Primeiro Ministro, participou do lançamento no assentamento de refugiados de Oruchinga, no sudoeste do país.

“O exercício segue uma orientação do Primeiro Ministro para autenticar os dados contidos no sistema de registro de pessoas refugiadas do governo”, disse aos refugiados no local.

“Isso nos ajudará a garantir que tenhamos informações legítimas para proteger e ajudar refugiados de forma eficaz e eficiente”.

Oruchinga registrou 6.852 pessoas refugiadas e a ação deve durar até o dia 4 de março, verificando até 3.000 pessoas por dia.

O ugandês Robert Byaruhanga se juntou ao ACNUR uma semana antes do lançamento e, no primeiro dia, ele e 64 funcionários do ACNUR e do governo já estavam trabalhando no assentamento de Oruchinga, coletando dados.

No dia anterior, ele ainda estava aprendendo como o processo funciona, ao lado de uma colega, a ugandesa Winnie Mugisa.

“Ontem, a Winnie me ajudou enquanto eu processava 12 pessoas”, disse ele em sua mesa onde um leitor de impressões digitais, um scanner de íris, uma câmera e um computador estão preparados. “Deu certo. Eu vou trabalhar muito hoje”.

Winnie, que trabalha no ACNUR desde 2007, também está pronta para este trabalho. Como muitos de seus colegas, ela foi enviada de seu escritório local do ACNUR para a região norte de Arua para conduzir estas ações.

“Estamos acostumados com números elevados, mas hoje estaremos ocupados”, disse. “A verificação é muito importante. Precisamos ter um sistema, um padrão”.

A atividade em Oruchinga está sendo apoiada por 42 voluntários da comunidade refugiada, que estão ajudando com tradução e com a organização das filas.

A oficial de campo do ACNUR, Gabrielle Low, ajuda a administrar o processo e os voluntários. Ela disse que seu objetivo era manter a ação “fluindo como água”. Em apenas duas semanas, ela viu o local transformado, com três tendas grandes, banheiros, área de recreação infantil e atendimento para funcionários e voluntários.

“Ver um campo de futebol vazio adaptado para este processo tem sido incrível”, disse, durante uma pausa breve. “E os refugiados têm trabalhado muito, ajudando com a mobilização e conversando com a comunidade”.

O Representante do ACNUR, Bornwell Kantande, acrescentou: “Queremos ter serviços melhores para todas as pessoas refugiadas e comunidades de acolhimento, e a base disso é o registro”.

Em Genebra, o porta-voz do ACNUR, Babar Baloch, disse que a verificação asseguraria que refugiados e solicitantes de refúgio sejam representados de maneira precisa no sistema de cadastro e que ajudaria o governo a melhorar a exatidão de seus dados.

“Isso vai garantir que os recursos e serviços fornecidos pelo ACNUR e seus parceiros alcancem os beneficiários”, disse durante uma entrevista coletiva no Palais des Nations.

Há atualmente cerca de 1,4 milhão de refugiados em Uganda, do qual a maior parte entrou no país nos últimos 18 meses. Mais pessoas continuam a chegar da República Democrática do Congo e do Sudão do Sul.

Uganda tem uma das políticas mais progressivas no mundo em relação às pessoas refugiadas. Elas recebem parcelas de terreno, integradas com comunidades locais de acolhimento e têm permissão para trabalhar e abrir negócios.