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Um mês após o início da guerra na Ucrânia, quase um quarto da população do país está deslocada

Comunicados à imprensa

Um mês após o início da guerra na Ucrânia, quase um quarto da população do país está deslocada

25 Março 2022
Um pai se despede de sua família na estação rodoviária de Lviv, no oeste da Ucrânia, enquanto partem por segurança. ©ACNUR/Valerio Muscella
Genebra, 25 de março de 2022 – Durante o último mês, tudo mudou para a Ucrânia. Apenas duas semanas antes da guerra, passei a semana no leste da Ucrânia com o Diretor Nacional do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), inaugurando e visitando centros comunitários em Avdiivka e Popasna para crianças com deficiência e pessoas idosas. Provavelmente, estes centros agora são escombros, como tantos outros lares privados e equipamentos sociais que parceiros humanitários e de desenvolvimento ajudaram a estabelecer e reparar nos últimos oito anos, trabalhando com as autoridades e comunidades locais no leste da Ucrânia. 

O mês passado reverteu estes avanços e nos fez recuar mais do que há 8 anos. Hoje, somos confrontados com as realidades de uma enorme crise humanitária que está crescendo a cada segundo. 

A gravidade da situação não pode ser superestimada. Para apoiar o trabalho do ACNUR em prol das pessoas forçadas a se deslocar da Ucrânia, doe agora!

A cada dia, vidas são destroçadas, e famílias, separadas. Em um mês, mais de 10 milhões de pessoas foram obrigadas a fugir para salvar suas vidas, deixando suas casas e pertences para trás. Mais de 6,5 milhões de pessoas estão deslocadas dentro da Ucrânia e 3,7 milhões de pessoas foram forçadas a fugir do país. Estes números estão aumentando a cada dia. Estima-se que cerca de 13 milhões de pessoas estejam presas em áreas afetadas ou impedidas de sair devido ao aumento dos riscos de segurança, destruição de pontes e estradas, bem como a falta de recursos ou informações sobre onde encontrar segurança e alojamento. 

Hoje, milhões de pessoas na Ucrânia vivem constantemente com medo. O bombardeio indiscriminado e os bombardeios pesados estão forçando as pessoas a se abrigar em bunkers por horas, seja durante o dia ou à noite. 

O mesmo ocorre com os colegas do ACNUR na Ucrânia, que agora trabalham em escritórios recém-estabelecidos em Dnipro e Vinnytsia, Uzhgorod, Chernivtsi e Lviv, assim como em áreas não controladas pelo governo de Donetsk e Luhansk. Muitos funcionários nacionais se deslocaram internamente; para vários, esta é a segunda ou terceira vez desde 2014. Apesar disso, eles não pararam de trabalhar. Ver sua dedicação em ajudar outras pessoas deslocadas tem sido inspirador. 

Temos agora 154 colegas no país, vários em missões de emergência, onde continuamos crescendo para fortalecer nossa capacidade de entrega. Todos estão trabalhando sem parar. Comunidades locais, voluntários, municípios e autoridades têm liderado a resposta humanitária. Desde o primeiro minuto desta guerra, o que vimos em termos de esforço local tem sido verdadeiramente notável, e nosso objetivo é reforçar e complementar a capacidade nacional e local, cada vez mais necessária à medida que a crise humanitária cresce. 

Na Ucrânia, a Agência da ONU para Refugiados opera dentro da resposta humanitária interagencial, sob a liderança do Coordenador de Crise da ONU. Concentramos nossos esforços nas áreas de proteção, abrigo e assistência em dinheiro e em serviço, a fim de proporcionar alívio imediato aos que fogem da guerra. Ajudamos pessoas deslocadas a encontrar estabilidade e a se estabelecer em um local mais seguro, enquanto a situação permanece fluida, e o futuro, imprevisível. 

As equipes do ACNUR e nossas ONGs parceiras locais foram deslocadas para pontos de fronteira, em centros de trânsito e de recepção. Também chegamos a áreas diretamente afetadas pelo bombardeio para fornecer conselhos de proteção e itens essenciais de socorro. 

Mais de 1.000 residências em locais afetados pelo confronto receberam kits de abrigo de emergência para que possam fazer reparos em suas casas danificadas e se protegerem do frio e da chuva. Centros de recepção na Ucrânia central e ocidental receberam itens como colchões, cobertores e conjuntos de cozinha, expandindo a capacidade para acomodar pessoas deslocadas internamente. Pelo menos 85.000 pessoas serão capazes de encontrar alojamento temporário graças a este apoio. Somente esta semana, o ACNUR entregou 20.000 pacotes de itens não-alimentícios às pessoas afetadas e aos centros de acolhida. Isto, é claro, não é suficiente para atender a todas as necessidades, mas estamos buscando todas as oportunidades para alcançar as pessoas necessitadas com nossa assistência. Junto com as autoridades locais responsáveis por lugares de acolhida para pessoas deslocadas internamente (IDPs, na sigla em inglês), estamos identificando edifícios para reformar e reestruturar como centros coletivos e de acolhida, uma vez que as necessidades de abrigo são enormes. Não se trata apenas de fornecer abrigo imediato; é evidente que centenas de milhares, senão milhões, de pessoas deslocadas internamente precisarão de apoio habitacional a médio ou longo prazo. 

Na semana passada, em Vinnytsia, conheci uma mãe com uma filha de 20 anos com deficiência que ficou em um dos centros de acolhida que o ACNUR tem apoiado. O apartamento delas na periferia de Kyiv havia sido atingido. Ficou claro para mim que elas não poderiam sair deste centro tão cedo. Elas - como outras famílias vulneráveis com as quais falei no mesmo centro de acolhida - precisarão de alojamento em um centro coletivo ou moradia social durante meses ou anos. 

Nossas equipes estão trabalhando para oferecer nossos programas de proteção, abrigo e assistência não apenas no oeste do país, mas também - na medida do possível - no centro e leste da Ucrânia, a fim de garantir o acesso a acomodações e serviços vitais. Começamos a implantar nosso programa de assistência financeira multiuso nas províncias de Lviv e Zakharpatia, e até o momento já inscrevemos milhares de pessoas. Outras inscrições em seis províncias adicionais na Ucrânia central e oriental virão em dias. Em geral, temos como objetivo atingir pelo menos 360 mil pessoas deslocadas para ajudá-las a suprir as necessidades básicas. 

Ao mesmo tempo, continuamos nos esforçando para alcançar áreas duramente atingidas, como Mariupol e Kharkiv, com assistência para salvar vidas como parte dos comboios humanitários inter-agenciais. O ACNUR aderiu ao primeiro comboio que entrou na Sumy na semana passada sob o sistema de notificação humanitária. 

No entanto, é claro que indivíduos, famílias e comunidades precisarão de proteção, abrigo, assistência e acesso a serviços básicos como saúde, educação e proteção social durante anos, senão décadas. Os efeitos desta guerra são devastadores e de longo alcance. 

A forma mais eficaz de alívio humanitário seria parar esta guerra. Entretanto, devemos continuar a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para apoiar todos os afetados enquanto ocorre o conflito. 

Para maiores informações sobre este tópico, favor entrar em contato: