Um mês após o terremoto, necessidades humanitárias persistem no Equador
Um mês após o terremoto, necessidades humanitárias persistem no Equador
GENEBRA, 23 de maio de 2016 (ACNUR) – Um mês após o terremoto de magnitude 7,8 ter causado a morte de mais de 650 pessoas no noroeste do Equador, as necessidades humanitárias no país continuam sendo urgentes. Nas áreas afetadas, a população luta para reconstruir suas vidas, e os abalos sísmicos secundários são contínuos. Na última quarta-feira (18 de maio), dois destes abalos (de 6,7 e 6,8 graus) deixaram 90 feridos e uma vítima fatal, além de ter agravado os danos generalizados nas províncias de Manabí e Esmeraldas.
Segundo os dados oficiais, aproximadamente 73 mil pessoas foram deslocadas em consequência do terremoto e estão vivendo em abrigos e campos, com famílias de acolhimento, ou em assentamentos.
“Mais de 30 mil pessoas estão alojadas atualmente em centros coletivos, onde os mecanismos de proteção precisam ser fortalecidos para reduzir os riscos de violência e abuso, principalmente em relação às mulheres, meninas e meninos”, disse o porta-voz do ACNUR em Genebra, William Spindler.
Milhares de pessoas estão sendo acolhidas por famílias vulneráveis, cujos recursos já estão em seu limite, aumentando desta maneira o risco de tensões entre a população. Além disso, cerca de 15 mil pessoas perderam seus documentos de identidade, o que dificulta o acesso a serviços básicos e programas sociais.
Trabalhadores do ACNUR entrevistam um refugiado colombiano em Pedernales, uma das cidades mais atingidas pelo terremoto, a encontrar um alojamento adequado às necessidades de sua família.
Durante o mês passado, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) fretou dois voos para oferecer assistência imediata as comunidades mais afetadas, incluindo 900 tendas, 50 mil colchões, sete mil kits de cozinha e 18 mil mosquiteiros.
Além da entrega deste material de assistência, o ACNUR está liderando a resposta de proteção em Quito (capital), Manta, Pedernales e Muisne, trabalhando próximo às autoridades locais para coordenar as atividades relacionadas à proteção da infância e à luta contra violência sexual e de gênero. “Estamos apoiando os esforços do governo para emitir os documentos daqueles que perderam suas identidades, solicitações de refúgio, além de títulos de propriedades sobre bens e terrenos”, afirmou Spindler.
Em torno de 17 mil refugiados e solicitantes de refúgio, em sua maioria procedentes da Colômbia, vivem nas zonas mais afetadas pelo terremoto e seus abalos sísmicos secundários. A catástrofe tem aumentado a vulnerabilidade destas pessoas e acrescentado novos desafios para o processo de integração local, num contexto de limitação de oportunidades socioeconômicas.
O apoio financeiro limitado está impedindo significativamente as operações humanitárias em curso no Equador, e o ACNUR apela aos doadores para financiar o urgente apelo de US$ 73 milhões, lançado em 20 de abril, para atender as necessidades de salvamento, proteção e subsistência de 350 mil pessoas. Até agora, apenas 15% dos recursos necessários foram obtidos.
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