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A vida de jovens venezuelanos forçados a deixar país vista por meio dos seus próprios olhos

Comunicados à imprensa

A vida de jovens venezuelanos forçados a deixar país vista por meio dos seus próprios olhos

25 Junho 2019
Uma família venezuelana no abrigo Nova Canaã em Boa Vista, norte do Brasil. © ACNUR / Genesis Andreira Lemus Guacaroin

Deixar a Venezuela não foi uma escolha para milhares de jovens venezuelanos. Fome, ausência de medicamentos, perseguição política e a necessidade de cuidar dos seus familiares mais vulneráveis os forçaram a sair de suas casas e colocar seus planos para o futuro em compasso de espera.


 

Mais de quatro milhões de venezuelanos deixaram o seu país até agora – o maior deslocamento em massa desde a guerra na Síria – e 168 mil deles encontraram um novo lar no Brasil.

A jornada da Venezuela para o Brasil é desafiadora. E vivendo nos abrigos temporários de Boa Vista (capital do Estado de Roraima), é difícil para estes jovens encontrar momentos para relaxar e parar de pensar na situação em que se encontram. Mas durante cinco dias, no último mês de fevereiro, 21 jovens venezuelanos tiveram a chance de colocar o seu chapéu de fotógrafo, aprender como capturar histórias da sua comunidade e compartilhar como mundo sua dignidade, resiliência e esperança.

Todos os participantes da oficina, organizada pela National Geographic com o apoio da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), são jovens venezuelanos vivendo nos abrigos de Boa Vista. Alguns nunca haviam segurado uma câmera fotográfica nas mãos. Outros, como Santiago Briceño, sempre sonharam em se tornar um fotógrafo profissional.

Para Santiago José, 17 anos, aprender sobre fotografia com profissionais da National Geographic foi um sonho que se tornou realidade. “Queria ser fotógrafo desde os dez anos de idade”, diz ele. “Acima de tudo, também gostei de conhecer outras pessoas que estão na mesma situação em que eu estou. Esses cinco dias me fizeram muito feliz”.

Antes de sair da Venezuela, a jovem Genesis Lemus, de 19 anos, prometeu à mãe que continuaria lutando por um futuro melhor para a família. "Tenho expectativas e metas que quero alcançar", diz ela. “Apesar dos obstáculos que enfrentei, eu não desisto”.

Em uma de suas fotos (a que está no início desta página), Genesis capta perfeitamente a experiência transitória de quem foi forçado a deixar seu país e vive em abrigos temporários: estas pessoas estão aqui, mas não completamente – pois deixaram tudo para trás e em breve estarão em outros lugares, em sua incansável busca por segurança e melhores oportunidades. Enquanto isso, correm o risco de se tornarem invisíveis, afogadas por números desumanizados do deslocamento global. Mas nesta foto, Genesis mantém sua essência e sua esperança.

Capturadas em pores do sol e em momentos de descanso, em roupas penduradas ou nos olhares de crianças, as imagens destes jovens fotógrafos venezuelanos possuem um fio condutor comum: sua fé inabalável de que o sol voltará a brilhar no dia seguinte.

Um menino dorme dentro de uma barraca no abrigo de São Vicente, em Boa Vista, no norte do Brasil. © ACNUR / Santiago José Briceño Espinoza

"Aprendi a não tratar as pessoas como objetos, mas sim fazer com que a pessoa entrevistada se sinta confortável ao ser entrevistada."

- Santiago José Briceño

“Tudo começou aos 18 anos, quando tive minha filha. Eu dediquei uma grande parte da minha vida a ela e quero dar-lhe um futuro melhor e qualidade de vida. ”

- Edinsson Javier Díaz

"Ao fazer essas fotos, dei o meu melhor e quis mostrar a alegria dos venezuelanos".

- Genesis Andreina Lemus

“Meu objetivo é que as mulheres sejam vistas como o que somos: empreendedoras e capazes de fazer qualquer coisa.”

- Michel Alejandra Mago

“Apesar da situação em que estamos, há muitos venezuelanos que continuam avançando e acreditando. Nossa determinação, trabalho e dedicação devem ser reconhecidos”.

- Carlos Adrián Figueredo

Moradora do abrigo São Vicente, em Boa Vista, dá banho em seu filho em uma das pias disponíveis no abrigo para lavar roupa. © ACNUR / Adrian Antonio Marinez Danields

“Nas minhas fotos, tento captar a alegria das pessoas e momentos positivos. Eu tento fazer o mundo sorrir através de uma foto.

- Adrian Antonio Marinez

“Nas minhas fotos, sempre procuro por algo que não está à venda ou que não se pode comprar. Tento capturar momentos que comunicam um sentimento, uma diversidade”.

- Genangely Piñero

“Minha última lembrança da Venezuela foi testemunhar meus filhos e todas as pessoas ao meu redor com fome. Por isso decidi vir para o Brasil. ”

- Elidennys Marques

“Assim como muitos, eu deixei meu país com o coração pesado e lágrimas nos olhos. Deixei tudo para trás pensando apenas que o futuro será melhor, e o meu maior sonho é poder continuar meus estudos”.

- Yunaikis Gonzalez

 

Seja um doador do ACNUR e ajude famílias refugiadas a reconstruírem suas vidas. E seus sonhos!