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Violência na República Centro-Africana força ainda mais refugiados a fugirem para RDC

Comunicados à imprensa

Violência na República Centro-Africana força ainda mais refugiados a fugirem para RDC

Violência na República Centro-Africana força ainda mais refugiados a fugirem para RDCAté o dia 30 de junho, havia 102.802 refugiados da República Centro-Africana registrados na República Democrática do Congo. Desde maio deste ano, as autoridades da RDC já registraram 60.000 novas chegadas.
25 Julho 2017

GENEBRA, Suíça, 25 de julho de 2017 (ACNUR) – Recentes atos de violência ocorridos na região fronteiriça da República Centro-Africana têm forçado cada vez mais pessoas a fugir, inclusive para áreas mais remotas ao norte da República Democrática do Congo, pressionando de forma intensa as comunidades locais e de difícil acesso localizadas próximas à fronteira.

Em Zemio, cerca de 1.000 quilômetros ao leste da capital Bagui, nosso parceiro MSF relatou na última semana que um bebê foi morto a tiros por militantes em um hospital que abrigava mais de 7.000 pessoas deslocadas. Desde então, o MSF se retirou da cidade devido à violência que também forçou o fechamento temporário de um escritório de campo do ACNUR.

Os principais locais dos quais as pessoas têm fugido são as cidades de Bamgassou, Bema e Mobaye – todas localizadas a centenas de quilômetros da capital Bagui. Autoridades locais estimam que mais de 60 mil pessoas tenham sido forçadas a fugir dessas áreas para a RDC desde maio. O ACNUR continua trabalhando na apuração desses números.

Uma das regiões para a qual as pessoas se deslocaram foi Ndu, do outro lado do rio Mbomou. Nossos colegas, que estiveram em Ndu há alguns dias, disseram que a situação é caótica, que a proximidade com a fronteira torna o lugar mais perigoso, e que teme-se que bandidos armados

circulem nas proximidades. Os refugiados estão se instalando em qualquer lugar que seja possível – em igrejas, em prédios usados como escolas, no único centro de saúde da região, ou dormindo ao relento. As pessoas precisam desesperadamente de mais assistência médica, comida e abrigo. Ndu está localizada na província Bas-Uélé na RDC que, segundo estimativas, até o dia 30 de junho havia acolhido 37.000 novas chegadas da RCA. Outras pessoas foram forçadas a deixar a RCA e foram em direção ao sul e ao oeste da província de Nord-Ubangi, na RDC, onde estima-se que mais de 23.000 pessoas tenham chegado até o final de junho.

O ACNUR está organizando a entrega de itens de assistência para 20 mil pessoas em Ndu e outras áreas das duas províncias. Entretanto, é muito difícil oferecer ajuda de forma rápida. As estradas são cheias de atoleiros e muitos lugares são intransponíveis para veículos normais, por esse motivo, tratores e carros especiais são necessários. Espera-se que os comboios cheguem em poucos dias.

No final de junho, 108.802 refugiados da República Centro-Africana foram registrados na República Democrática do Congo. Além disso, mais de 60.000 novas chegadas foram registradas pelas autoridades da RDC no norte de Ubangui e em Bas-Uélé desde maio. Dos 53 milhões de dólares necessários para oferecer apoio à situação da RCA-RDC neste ano, apenas 2,8 milhões foram recebidos até esse momento.