Violência no leste da RDC gera 15 mil novos deslocamentos
Violência no leste da RDC gera 15 mil novos deslocamentos
GOMA, República Democrática do Congo, 27 de janeiro (ACNUR) – A escalada da violência na província de Kivu Norte, no leste da República Democrática do Congo (RDC), forçou milhares de civis a deixarem suas casas nos últimos dois meses, informou nesta terça-feira o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR).
Desde dezembro do ano passado, o ACNUR registrou 15.508 novas pessoas deslocadas dentro do próprio país, que procuraram abrigo e proteção em dezenas de campos coordenados pela agência na região. “Segundo as famílias em fuga, a situação era instável e insegura em seus povoados na parte ocidental de Kivu Norte, onde operações militares e ataques de grupos armados forçam civis a buscarem segurança em outros lugares”, afirmou o porta-voz do ACNUR em Genebra, Andrej Mahecic.
Os novos deslocados internos (IDPs, na sigla em inglês) estão sendo registrados em campos dentro e nos arredores de Kitchanga, que ficam entre 50 e 150 quilômetros de distância de Goma, a capital de Kivu Norte. Esta recente onda de deslocamento eleva o número total da população nos campos para 116 mil deslocados internos. O ACNUR atualmente administra 47 campos para deslocados internos na região, fornecendo proteção e assistência.
“Estimamos que até agora foi registrada apenas uma parte desta população recentemente deslocada e que muitos outros mais podem ter buscado abrigo com parentes ou possam estar escondidos na selva, com medo de voltar para suas casa. Estes deslocados não podem ser acessados pelo ACNUR devido à insegurança e precariedade das estradas locais”, acrescentou Mahecic.
O governo congolês lançou várias ofensivas em 2009 com o objetivo de neutralizar a milícia hutu de Rwanda – Forças Democráticas pela Libertação de Rwanda (FDLR, na sigla em inglês). No entanto, outras milícias e grupos armados tiraram vantagem da situação, atacando rivais, realizando furtos, estupros e queimando casas.
“Há cerca de 2,1 milhões de deslocados internos no leste da República Democrática do Congo, onde violações de direitos humanos, estupros e intimidações contra civis são reportados com freqüência pela população local”, afirmou o porta-voz do ACNUR.