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Webinar debate inclusão financeira de pessoas refugiadas e migrantes

Comunicados à imprensa

Webinar debate inclusão financeira de pessoas refugiadas e migrantes

16 May 2023
Maríanela conseguiu microcrédito e impulsionou suas aulas, monitorias e podcast no Brasil. ©Arquivo Pessoal

A professora Maríanela Arana precisou deixar para trás uma carreira sólida na Venezuela para recomeçar a vida no Brasil. Chegou ao país em 2018 e aproveitou sua experiência em metodologias de ensino para ministrar aulas de espanhol a brasileiros e, assim, ajudar no sustento da família.

Em 2022, ela recebeu um impulso a mais para empreender, quando conseguiu acesso ao microcrédito do Banco Pérola, parceiro da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR). Por meio do CrediTodos, programa voltado para empreendedores refugiados e migrantes, Maríanela comprou um notebook e uma câmera, equipamentos fundamentais para a produção de conteúdo, podcast, monitorias e aulas virtuais. “Foi muito simples conseguir o acesso ao microcrédito e o Banco Pérola tem me apoiado até hoje nos meus planos e sonhos de empreender no Brasil”, afirma.

Para que histórias como a da Maríanela se repitam, e para incentivar que mais instituições financeiras apoiem e pensem em soluções e serviços financeiros para a população refugiada e migrante, o ACNUR e a International Finance Corporation (IFC), membro do Grupo Banco Mundial, promoveram o Webinar Inclusão financeira de pessoas refugiadas e migrantes: desafios e boas práticas. O evento online foi realizado em 10 de maio, com apoio da Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (ABCRED) e Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE).

Durante o webinar, Fabio Siani, Oficial Sênior de Meios de Vida e Inclusão Econômica do Escritório Regional do ACNUR para as Américas, lembrou que estima-se haver 20,6 milhões de pessoas deslocadas à força e apátridas nas Américas, porém muitas delas ainda enfrentam desafios para conseguir acesso a serviços financeiros. “As pessoas refugiadas têm sido amplamente negligenciadas pelos provedores de serviços financeiros como uma opção de cliente viável. Para entender a sua importância, precisamos, acima de tudo, entender que os refugiados e migrantes são agentes de desenvolvimento tanto local como nacionalmente”, afirmou.

Diogo Bardal, Oficial de Operações Associado da IFC, reforçou que é importante ter parcerias e pensar em iniciativas para facilitar a inclusão financeira de pessoas refugiadas e migrantes. Para isso, é fundamental conhecer essa população e entender os desafios e potencialidades de atuar neste segmento. “É um ganha-ganha por parte das instituições financeiras, que podem absorver um novo segmento de mercado, e também para as pessoas refugiadas, que podem dar continuidade aos seus sonhos”, destacou.

Para João Paulo Resende Borges, Chefe de Subunidade, Departamento de Atendimento Institucional do Banco Central, o importante é desenvolver ações cooperadas e coordenadas para promover a inclusão financeira de pessoas refugiadas. Para ele, o principal gargalo é a concessão de crédito, já que essas pessoas chegam em situação de vulnerabilidade, mas se estabelecem no país e precisam ter acesso a esses programas.

Oscar Sanchez, Representante Adjunto do ACNUR no Brasil, destacou as parcerias do ACNUR na área de inclusão financeira, como com o Banco Central e outras organizações, que juntos desenvolveram uma cartilha com Informações Financeiras para Migrantes e Refugiados, disponível em português, espanhol, inglês, árabe e francês. Há conteúdo sobre abertura de contas bancárias, meios de pagamentos e cuidados que são importantes na hora de contratar crédito, entre outros temas.

“A inclusão financeira e social das pessoas refugiadas, além de ampliar a autonomia e dignidade, promove o desenvolvimento local e cria novas oportunidades de negócios, contribuindo para a melhoria do bem-estar das comunidades de acolhida. Por isso, as instituições financeiras são fundamentais para apoiar pessoas refugiadas empreendedoras, para que possam contribuir com o desenvolvimento econômico e social”, assinalou.

Os painéis também contaram com falas de representantes da ABDE e ABCRED, que apresentaram dados e falaram sobre o engajamento das associações para a oferta de microcrédito a públicos mais vulneráveis e a importância de conhecerem ainda mais sobre o contexto e perfil da população refugiada. KIVA e Financiera Confianza, assim como os parceiros do ACNUR Banco Pérola e Banco do Povo Crédito Solidário, apresentaram suas iniciativas e programas de concessão de microcrédito a pessoas refugiadas e migrantes.

O webinar contou com a participação de mais de 100 representantes de organizações da sociedade civil, instituições financeiras e bancárias e demais interessados no tema.