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Agências da ONU alertam que serão necessários cerca de US$ 8 bilhões para ajuda humanitária na Síria

Comunicados à imprensa

Agências da ONU alertam que serão necessários cerca de US$ 8 bilhões para ajuda humanitária na Síria

As agências humanitárias e de desenvolvimento da ONU fizeram hoje um apelo de US$ 7,73 bilhões aos Estados membros.
13 Janeiro 2016

NOVA YORK -12 de janeiro de 2016 (ACNUR) - Com a guerra da Síria entrando em seu sexto ano e sem previsão para o término, as agências humanitárias e de desenvolvimento da ONU fizeram hoje um apelo de US$ 7,73 bilhões aos Estados membros. Trata-se de um novo e essencial fundo de apoio para as 22,5 milhões de pessoas que vivem na Síria e região.

 O apelo compreende dois elementos principais: O primeiro visa antecipar a assistência para cerca de 4,7 milhões de refugiados nos países vizinhos até o final de 2016 e para 4 milhões de pessoas em comunidades que os acolhem, e o segundo tem o objetivo de oferecer suporte para 13,5 milhões de pessoas deslocadas e afetadas pelo conflito dentro da Síria.

O primeiro elemento, o Plano Regional para os Refugiados e Resiliência (3RP) 2016, abrange atividades de cerca de 200 parceiros incluindo agências da ONU, organizações intergovernamentais e organizações não-governamentais na Turquia, Líbano, Jordânia, Iraque e Egito. Os recursos no valor de US$ 4,55 bilhões visam oferecer apoio às pessoas forçadas a fugir da Síria e arredores, e também às comunidades onde elas têm sido acolhidas.

"Ainda que o fluxo migratório para a Europa tenha finalmente chamado a atenção do mundo para a crise na Síria e para os níveis épicos de sofrimento humano, o maior fardo continua sendo o enfrentado pelas comunidades e os governos da região", disse o Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi. "Devemos impedir que os refugiados sírios vivam em condições ainda mais miseráveis, incentivar a esperança por um futuro melhor para eles e para o país, e fazer mais para ajudar aqueles que os acolhem", acrescentou Grandi.

As orientações estratégicas para o 3RP deste ano incluem um maior investimento na educação e o aumento de oportunidades de formação profissional e meios de subsistência para os refugiados e comunidades de acolhimento. Os parceiros do programa também estão pedindo mais apoio aos refugiados que vivem em situações mais vulneráveis, para o atendimento de necessidades básicas, assim como para oferecer mais suporte aos sistemas nacionais de saúde, educação, água e outros serviços.

"As abordagens convencionais do tipo “alívio agora, desenvolvimento depois” não funcionarão na Síria ou locais que vivem longas crises", disse a Administradora do PNUD, Helen Clark. "Os refugiados, as comunidades de acolhimento e os deslocados internos na Síria precisam de meios de subsistência. Eles precisam de serviços básicos como saúde, educação, água, saneamento, eletricidade e coleta de lixo. Eles precisam de esperança em um futuro melhor."

Os parceiros do plano 3RP solicitam que neste ano os doadores antecipem as doações, ofereçam planos plurianuais de fundos e invistam os recursos destinados à ajuda humanitária e desenvolvimento em planejamento e previsibilidade.

O conflito na Síria continua sendo a maior crise de proteção do mundo. Estima-se que 250.000 pessoas foram mortas e cerca de 1,2 milhões feridas. Este ano, o Plano de Resposta à Crise Humanitária Síria 2016 solicita cerca de US$ 3,2 bilhões que serão investidos em apoio e proteção humanitária para 13,5 milhões de pessoas. Estas necessidades foram calculadas e definidas seguindo uma rigorosa coleta de dados em todo o país. O foco do plano é salvar vidas, melhorar o acesso de ajuda humanitária, reforçar a proteção e incentivar a resiliência das comunidades mais vulneráveis a longo prazo.

"Estamos apenas no início de 2016 e milhões de pessoas precisam de assistência dentro da Síria. Cerca de 400.000 pessoas estão sitiadas em cidades dominadas por grupos rebeldes e estão completamente impedidas de receber qualquer tipo de ajuda humanitária. Depois de quase seis anos de conflitos brutais e paralisia política, a população síria precisa de nossa ajuda mais do que nunca", disse Stephen O'Brien, Subsecretário-Geral da ONU para Assuntos Humanitários e Coordenador da Ajuda de Emergência.

"A Conferência sobre Síria, em 4 de fevereiro, será uma oportunidade para entender e debater sobre o impacto humano do conflito, em particular sobre as mulheres, meninas e jovens. O evento será uma oportunidade para buscar apoio e discutir sobre a responsabilidade dos abusos cometidos contra civis e a falha ao protegê-los. Eu peço aos Estados-Membros que enviem seus líderes a Londres para mostrar ao mundo que esta crise tem toda a nossa atenção e comprometimento", acrescentou O'Brien.

Os pedidos para Síria são parte de um apelo humanitário mais amplo de 2016 que foi lançado em dezembro doa ano passado, e que solicita US$ 20,1 bilhões para alcançar 87 milhões de pessoas ao redor do mundo.