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Oficinas de Criatividade: parceria entre ACNUR e CIEE capacita jovens Warao para o mercado de trabalho

Comunicados à imprensa

Oficinas de Criatividade: parceria entre ACNUR e CIEE capacita jovens Warao para o mercado de trabalho

24 Julho 2024
Jovens refugiados e migrantes da etnia Warao exibem o certificado de conclusão de uma formação para acesso ao mercado de trabalho, promovida pelo CIEE em parceria com o ACNUR. Foto: ACNUR/Divulgação
Belém, 24 de julho de 2024 — Em Belém (PA), 38 jovens da etnia indígena Warao entre 14 e 24 anos concluíram o programa "Oficinas de Criatividade", cujo objetivo é promover a integração da juventude no mercado de trabalho, desenvolvendo suas habilidades e conceitos de planejamento. A iniciativa é realizada por meio de uma parceria nacional entre a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e o Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).

A mobilização comunitária foi liderada pelo Comitê da Juventude do Conselho Warao Ojiduna, que incentivou os jovens indígenas a participarem das capacitações. As oficinas também contaram com o apoio do Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) e da Secretaria Municipal de Educação de Belém (SEMEC), que disponibilizou a Escola Municipal Monsenhor de Azevedo para a implementação das atividades.

Os quatro ciclos de formação do programa incluíram temas voltados para a inserção laboral e desenvolvimento pessoal. Para a jovem Warao Gardelys Cooper, membro do Comitê da Juventude do Conselho Warao Ojiduna, as oficinas proporcionaram uma nova experiência à comunidade indígena refugiada, oferecendo um espaço seguro para que compartilhassem seus sonhos e metas. 

“Esse curso representou muito para nós, ganhamos mais conhecimentos. Quero que todos os jovens indígenas Warao tenham essa oportunidade, que tenham planos de vida e que sigam estudando. Estou nesse Conselho para apoiar os jovens, para que possam realizar seus sonhos”, afirma Gardelys.

Para a chefe de escritório do ACNUR em Belém, Janaina Galvão, a parceria nacional com o CIEE constrói pontes para o acesso à educação e inserção de jovens refugiados no mercado de trabalho, ajudando-os a reconstruir suas vidas com dignidade no país de acolhida.  

“Esta iniciativa constitui um marco na realidade da juventude Warao que reside em Belém e região metropolitana. A educação formal e a aprendizagem profissional são pilares dos processos de formação cidadã e de inclusão social desses jovens na sociedade brasileira. Em coordenação com o CIEE, setor privado e organizações parceiras, ampliaremos nossos esforços para articular oportunidades para inseri-los no mundo do trabalho”, afirma Janaína. 

A diretora da Escola Municipal Monsenhor de Azevedo, Lecy Nazaré Barbosa de Castro, salienta a relevância da atividade para “agregar, valorizar e incluir os alunos refugiados a terem os seus direitos garantidos”.

Segundo a responsável pela Coordenação de Educação Escolar Indígena, Imigrante e Refugiado (CEEIIR) da Secretaria Municipal de Educação de Belém, Núbia Alencar, “através das oficinas de criatividade, vemos o quanto a educação é necessária e sempre tem que estar entrelaçada nessas ações”.

A analista socioambiental do IEB, Clémentine Maréchal, enalteceu a atuação do Comitê da Juventude para tornar a capacitação possível. “Essa iniciativa surgiu enquanto demanda do comitê, que conseguiu mobilizar e acompanhar essas atividades, incentivando seus jovens a seguir sonhando, desafiando as condições adversas que o deslocamento forçado ocasiona”, analisa.

O CIEE comprometeu-se a capacitar 1000 pessoas refugiadas até o final de 2027, promovendo sua integração no mercado de trabalho. A assistente social do CIEE, Juliana Leal, afirma que, ao promover oficinas de criatividade com o tema da inserção laboral, foi “possível proporcionar aos participantes um momento de conhecimento e novos olhares”.

A cerimônia de entrega de certificados realizada na semana passada emocionou a todos os presentes, sobretudo aos jovens Warao que adquiriram conhecimentos sobre o planejamento de vida para a construção de soluções duradouras para suas famílias e comunidades. “Esta atividade foi a porta de entrada para o mercado de trabalho. Aqui se inicia não só a nossa carreira, mas também a realização dos nossos sonhos”, afirma Gardelys.