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Dia Mundial do Meio Ambiente: Iniciativas verdes apoiam proteção de pessoas refugiadas no Brasil

Comunicados à imprensa

Dia Mundial do Meio Ambiente: Iniciativas verdes apoiam proteção de pessoas refugiadas no Brasil

6 Junho 2023
A horta comunitária é um dos projetos implementados pelo Comitê Juvenil de Sustentabilidade e Meio Ambiente dos abrigos de Boa Vista. ©ACNUR/Adriana Duarte

“Sustentabilidade é suprir as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades.” Essa foi a definição de Sustentabilidade criada em 1983 pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas.

Desde então – e cada vez mais -, incorporar valores sustentáveis e ecológicos se torna essencial no desenho e implementação de respostas humanitárias emergenciais, especialmente em um contexto global onde catástrofes naturais e efeitos das mudanças climáticas têm forçado um número crescente de pessoas a deixarem suas casas em busca de proteção.

Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, conheça algumas iniciativas verdes implementadas pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e parceiros na resposta emergencial no estado de Roraima, fronteira com a Venezuela.

Centro de Sustentabilidade

Membros do Comitê Juvenil de Sustentabilidade e Meio Ambiente realizam plantio de alface na horta comunitária. ACNUR/Camila Ignácio

Localizado na capital de Roraima, Boa Vista, o Núcleo de Sustentabilidade é um espaço onde o ACNUR e a Fraternidade Sem Fronteiras desenvolvem ações de soluções sustentáveis e ecológicas para envolver a população venezuelana e a comunidade de acolhida.

Os mais engajados na iniciativa são os jovens que compõem o Comitê Juvenil de Sustentabilidade e Meio Ambiente dos abrigos. O grupo organiza discussões sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e reflete sobre a implementação de soluções de responsabilidade ambiental adequadas para o contexto de abrigamento emergencial, garantindo que elas estejam conectadas às possibilidades naturais do entorno. Eles mobilizam pessoas nas atividades de compostagem, biodigestores, aquaponia e manejo de um canteiro e arboreto.

Desde o início do projeto, em abril de 2022, já foram doadas 5 mil mudas de árvores para o reflorestamento de abrigos e áreas públicas em Boa Vista. Apenas em 2022, cerca de 1,5 mil pessoas participaram dessas atividades.

“O Centro de Sustentabilidade é um local onde pessoas se juntam, tanto os refugiados e migrantes abrigados como pessoas brasileiras da comunidade de acolhida para desenvolver trabalhos na área de meio ambiente e coexistência pacífica”, explica a Oficial de Abrigamento do ACNUR em Roraima, Patricia Monteiro.

Unidades de abrigo ecológicas

Outra solução desenvolvida pelo Centro de Sustentabilidade foi a atualização das Unidades Habitacionais para Refugiados (RHUs) dos abrigos administrados pelo ACNUR e parceiros em Roraima, que atendem até 9 mil pessoas.

O Comitê identificou a necessidade de uma solução de abrigamento mais sustentável e adequada ao clima tropical de Roraima, com temperaturas diurnas chegando a 35°C e uma forte estação chuvosa.

Assim, o ACNUR testou recentemente duas alternativas de abrigo. A primeira é a Unidade de Abrigo de Transição (TSU), feita de derivados de madeira e formada por camadas comprimidas de fios de madeira. A segunda é a “casa de taipa”, que utiliza metodologias de bioconstrução que consistem na aplicação de areia, água, folhagem seca e argila.

Ambos os protótipos demonstraram ser eficazes na mitigação de temperaturas extremas, melhorando a luminosidade (e, portanto, a eficiência energética) e reduzindo as emissões de CO2 – além de terem sido recebidas positivamente pelas pessoas abrigadas.

Comunidades indígenas engajadas na agricultura sustentável

Funcionários do ACNUR e alunos da Universidade de Aalto apresentam à comunidade indígena um projeto piloto de sistema de coleta de água da chuva. ©AALTO University/Siiri Hänninen

A cidade de Cantá, Roraima, abriga cerca de 140 indígenas Warao e Kariña que vivem em uma comunidade auto-organizada baseada na agricultura de subsistência. Após ouvir as demandas do grupo, o ACNUR e a Universidade de Aalto, na Finlândia, promoveram uma capacitação em compostagem e pilotaram um sistema de coleta de água da chuva que disponibiliza água para fins de higiene pessoal e irrigação. Os participantes estão agora produzindo uma cartilha para disseminar essas práticas e as lições aprendidas ao longo do processo com outras comunidades indígenas e rurais.

A ação climática é um componente essencial dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e uma área-chave de foco para as Direções Estratégicas do ACNUR 2022-2026

A mudança climática é um multiplicador de risco significativo que está contribuindo para as necessidades de deslocamento e proteção em todo o mundo, inclusive na América Latina e no Caribe. Isso é particularmente importante no contexto do Brasil, que tem visto um número crescente de desastres naturais ocorrendo nos últimos anos.

O estado de Roraima, principal ponto de entrada de refugiados e migrantes da Venezuela, está entre os que mais sofrem os efeitos dos riscos ambientais. Segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, em Roraima houve um aumento de 122% na média anual da área impactada pelo desmatamento entre 2019 e 2021, tornando a área mais propensa a sofrer com desertificação, erosão do solo, menos colheitas e aumento de gases de efeito estufa.

Nesse contexto, o ACNUR Brasil está priorizando ações ambientais para reduzir os impactos duradouros das mudanças climáticas nos recursos naturais que afetam diretamente as comunidades deslocadas e anfitriãs.

Agradecemos os recursos que nossos doadores contribuem com flexibilidade, possibilitando ao ACNUR e parceiros oferecerem proteção aos mais vulneráveis em contextos emergenciais.