Os 20 anos de Angelina Jolie em dedicação às pessoas refugiadas
Os 20 anos de Angelina Jolie em dedicação às pessoas refugiadas
Mãe, cineasta e Enviada Especial da Agência da ONU para Refugiados. É assim que Angelina Jolie se apresenta ao mundo em seu perfil no Instagram.
Conhecer as histórias de quem foi forçado a deixar tudo para trás para escapar de guerras, conflitos e perseguições e defender seus direitos foi uma das missões de vida abraçadas por Angelina Jolie. Há vinte anos, a atriz se tornava Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR.
Em 2012, Jolie se tornou Enviada Especial. Desde então, concentra-se nas principais crises que resultam em deslocamentos em massa, realizando atividades de advocacy e representando o ACNUR a nível diplomático.
Em 20 anos de colaboração com o ACNUR, Jolie realizou mais de 60 missões. Relembre algumas delas!
Serra Leoa, 2001
Em 2001, Angelina partia em suas primeiras missões como Embaixadora da Boa Vontade do ACNUR. Desde março daquele ano, ela fez diversas visitas a campos de refugiados em Serra Leoa, Tanzânia, Camboja e Paquistão. Na época, insistiu em custear seus gastos e dividir a mesma rotina, e espaço, com outros trabalhadores do ACNUR. A causa humanitária ganhou um capítulo em sua vida desde então. “Você vai a esses lugares e percebe o que realmente é a vida e o que as pessoas estão realmente passando. Essas pessoas são meus heróis”, afirmou.
Rússia, 2003
Apenas dois anos após ter se tornado Embaixadora da Boa Vontade, Jolie já havia visitado países como Equador, Quênia e Tailândia. Em visita à Rússia, chamou atenção para a realidade dos Chechenos, que permaneciam como deslocados internos no país. Ela também visitou o norte de Cáucaso para entender todos os aspectos culturais de sua população e as atividades do ACNUR na região. Sempre acompanhada de seu bloco de notas e genuíno interesse, Angelina ouvia as comunidades.
Paquistão, 2005
Em 2005, Jolie visitou o Paquistão para se aprofundar na jornada dos refugiados afegãos que se deslocavam até o país. O Paquistão ainda hoje é um dos países que mais abriga refugiados afegãos no mundo, reflexo de uma crise de mais de 40 anos. Angelina viu a complexidade do problema de perto e pediu soluções urgentes tanto para o povo afegão quanto paquistanês.
“Eu conheci uma mulher que estava prestes a entrar na caminhonete com um bebê pequeno e não tinha marido. Ela disse: 'Não tenho água, não tenho escola, não tenho casa, não tenho nada. Estou com medo, mas vou e, porque tenho Deus, espero estar bem.'”
Jordânia, 2012
Em sua primeira missão como Enviada Especial, Angelina Jolie visita a fronteira Síria-Jordânia, travessia de milhares de refugiados desde o início de 2010. Esta foi uma das seis vezes que esteve no país ao longo dos anos com o ACNUR.
Na Jordânia, Jolie se deparou com a dura realidade dos refugiados sírios, exaustos e assustados, que haviam acabado de completar uma jornada incerta em busca de segurança. Desde sua última visita ao país, o número de refugiados registrados na região havia aumentado em mais de 200.000 pessoas. "O que eu vi ontem à noite é um exemplo dramático da situação de centenas de milhares de sírios que foram forçados a deixar tudo para trás por causa de um conflito, e estão em uma busca desesperada por segurança".
Tailândia, 2014
Angelina Jolie passou o Dia Mundial do Refugiado de 2014 na Tailândia. Lá, pediu pelo fim do ciclo de violência que levava 50 milhões de pessoas a se deslocarem em todo o mundo.
"É uma situação injusta e insustentável. A única resposta é dedicar mais esforços e recursos para lidar com o conflito em todo o mundo - não há soluções humanitárias para os problemas políticos”
Por volta de 120.000 deslocados de Mianmar viviam entre os nove campos de refugiados nas fronteiras com a Tailândia. Muitos se encontravam nesta situação há mais de 30 anos, trabalharam, e tiveram filhos e netos refugiados.
Iraque, 2018
De volta ao Iraque em 2018, a Enviada Especial do ACNUR vai ao oeste de Mosul, onde famílias iranianas deslocadas retornavam às suas casas em ruínas após meses de violência. No ensurdecedor silêncio das ruas acostumadas ao clarim dos bombardeios, Angelina implora ao mundo para que não se esqueça da agonia dos inocentes: “Esta é a pior devastação que já vi em todos os meus anos com o ACNUR.”
Era sua quinta missão ao Iraque, e Jolie compartilhou com o mundo a tristeza que sentiu ao ver pessoas desesperadas tentando reconstruir suas histórias com as próprias mãos.
América do Sul, 2018
Em missão ao Peru em 2018, Jolie conheceu famílias venezuelanas que buscavam segurança no país. Na época, cerca de 2.000 refugiados venezuelanos cruzavam a fronteira do Equador todos os dias, mas após a jornada, muitos deles acabavam nas ruas de Lima. Em sua visita, Jolie clama por respeito às pessoas deslocadas: “É fundamental reforçar o Estado de Direito, o respeito pelos direitos humanos, a proteção internacional e os sistemas de asilo.”
Bangladesh, 2019
Em Bangladesh, a Enviada Especial do ACNUR visitou algumas das 730.000 famílias rohingya que viviam em Kutupalong, o então maior campo de refugiados do mundo. Jolie alertou sobre a necessidade do fim do deslocamento forçado e dos crescentes casos de apatridia na região.
"Foi profundamente perturbador conhecer as famílias que só conheceram a perseguição e a apatridia durante toda a vida”
Colômbia, 2019
Na fronteira entre e Colômbia e a Venezuela, Jolie clamou por uma resposta humanitária efetiva ao alarmante êxodo de venezuelanos refugiados pela América Latina. Na época, mais de 1 milhão de venezuelanos já haviam partido para a Colômbia em busca de proteção.
Angelina reforçava a solidariedade entre os vizinhos. "Quando a casa do seu vizinho está pegando fogo, você não estará seguro se simplesmente trancar a porta. A resposta humana é não fechar os olhos. É reconhecer seus semelhantes, homens e mulheres, e seu sofrimento. É trabalhar para encontrar soluções, não importa o quanto seja difícil."
Burkina Faso, 2021
Em sua missão mais recente, Angelina visitou Burkina Faso, país que vive em uma crescente crise de deslocamento forçado. A Enviada Especial do ACNUR mostrou sua solidariedade ao país que, apesar de assolado por desafios e violência, seguiu acolhendo pessoas refugidas.
“Não há lugar onde eu preferisse estar hoje do que aqui, com refugiados, as pessoas que mais admiro no mundo”
Jolie afirmou ainda que, em vinte anos, nunca esteve tão preocupada com o deslocamento forçado como está agora. Em todo o mundo, 82 milhões de pessoas foram forçadas a deixar tudo para trás para escapar de guerras, conflitos, perseguições e violações dos direitos humanos.
A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) é uma organização dedicada a salvar vidas, assegurar os direitos e construir futuros melhores para as pessoas que foram forçadas a deixar suas casas e comunidades devido a guerras, conflitos armados, perseguições ou graves violações dos direitos humanos. Presente em mais de 130 países, o ACNUR atua em conjunto com autoridades nacionais e locais, organizações da sociedade civil, academia e o setor privado para que todas as pessoas refugiadas, deslocadas internas e apátridas encontrem segurança e meios para reconstruir suas vidas.