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Programa do ACNUR informa sobre aspectos da infecção causada por HIV na RDC

Comunicados à imprensa

Programa do ACNUR informa sobre aspectos da infecção causada por HIV na RDC

Programa do ACNUR informa sobre aspectos da infecção causada por HIV na RDCJosefina é somente mais uma das 250 mil pessoas que foram forçadas a fugir de suas casas neste canto isolado e caótico da República Democrática do Congo.
13 Julho 2010

DUNGU, República Democrática do Congo, 13 de Julho (ACNUR) – Josefina é somente mais uma das 250 mil pessoas que foram forçadas a fugir de suas casas neste canto isolado e caótico da República Democrática do Congo.

A razão de sua fuga – e de muitos outros – foi a presença de uma milícia armada que está entre as mais cruéis do mundo, o Exército de Resistência do Senhor (Lord’s Resistance Army, LRA), que possui uma fama terrível por seus ataques à população civíl. Josefina, com seus 35 anos, chegou ao local para pessoas desabrigadas (IDPs, sigla em inglês) depois de um ataque do LRA em sua vila. Em abril, o LRA atacou novamente, desta vez a 500 metros de uma colônia onde pessoas procuravam refúgio contra a violência do grupo. Durante esse ataque, duas das filhas de Josefina (9 e 11 anos) foram sequestradas juntamente com uma outra menina de 12 anos. Depois desse incidente, as crianças foram liberadas, mas o LRA continua rondando o local.

Nesta parte do Leste do Congo, pessoas são atacadas ou ouvem murmúrios de ataques cometidos pelo LRA todos os dias. Mesmo após serem forçadas a sair de casa, continuam a sofrer. Essas pessoas são vítimas, novamente, de outras formas de violência: extorsão, violência sexual e deslocamento familiar. A pouca infraestrutura que sobra é frequentemente destruída por milícias, que têm os centros de saúde e as escolas como seus principais alvos. Os altíssimos níveis de infecção por HIV na região são menos visíveis, mas igualmente destrutivos.

Desde 2009, a ACNUR vem desenvolvendo um programa integrado contra o HIV, com o objetivo de atender as necessidades da população local e também aos desabrigados, melhorando a qualidade da assistência à saúde disponível aos residentes. Esse programa oferece informações sobre o uso de preservativos, segurança em técnicas de transfusão de sangue, tratamento de doenças sexualmente transmissíveis e prevenção da transmissão do HIV entre mãe e filho. O programa também oferece voluntariamente o exame de detecção do HIV, aconselhamento e profilaxia pós-exposição ao vírus em casos de violência sexual.

O Dr. Mukuna Ghislain, coordenador do projeto HIV para a Oxfam Quebec, é um parceiro que auxilia o ACNUR em implementar o programa contra o HIV. “Não faz sentido oferecer um programa que responde a infecções causadas pelo HIV se não forem oferecidos meios para preveni-lo,” falou Dr. Ghislain. “Para ter sucesso com o programa, teremos que focar em diversos problemas.”

Existem mais de 100 mil pessoas vivendo na área assistida pelo programa de saúde em Dungu. O local é dividido em 20 seções, sendo que três estão completamente inacessíveis devido à atividade do LRA. O único local em que o teste de HIV pode ser feito no Hospital de Dungu. Segundo o Dr. Benjamin Manano, diretor do Hospital, 65% das pessoas infectadas por HIV são mulheres.

O Dr. Ghislain acredita que o programa já está mostrando resultados promissores. “Antes dessa intervenção”, comenta o Dr. Guislain, “havia uma assistência médica muito precária para infectados de doenças sexualmente transmissíveis. Agora, não somente essa assistência existe, mas os técnicos e profissionais da saúde foram treinados.” Ele dá créditos à participação da comunidade para o sucesso do programa. Porém, o projeto encontra diversos obstáculos. Um dos maiores desafios do ACNUR é alcançar possíveis beneficiários do programa em áreas remotas e de baixa segurança. Esse trabalho é difícil e muito perigoso.

O preço da consulta é outro problema. A visita ao hospital em Dungu custa um (1) dólar e a consulta com um enfermeiro custa 50 centavos. Apesar de parecer um valor ínfimo, ele está muito além das possibilidades de muitos dos deslocados.

Atualmente, existem mais de 1.8 milhão de pessoas desabrigadas na República Democrática do Congo. O ACNUR ainda necessita fundos para seus programas de auxílio e proteção à uma das populações mais vulneráveis do mundo.

Celine Shmitt em Dungu, República Democrática do Congo