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Refugiado fabricante de sabão reduz preços para ajudar no combate à COVID-19

Comunicados à imprensa

Refugiado fabricante de sabão reduz preços para ajudar no combate à COVID-19

1 Junho 2020
Innocent Havyarimana, um empresário do Burundi, segura uma garrafa de um desinfetante para mãos recém-fabricado, que vende a outros refugiados, trabalhadores humanitários e cidadãos em geral no campo de Kakuma, no Quênia. © ACNUR / Samuel Otieno

Quando Innocent Havyarimana, um refugiado do Burundi, soube pela primeira vez que lavar as mãos era crucial na prevenção do coronavírus, ele fez algo que poucos empresários fariam: baixou os preços.


Outros poderiam ter aumentado os preços para lucrar mais, mas seu objetivo era tornar o sabão o mais acessível possível. Para isso, ele aumentou sua produção.

“Todo mundo precisa de sabão. Decidi reduzir o preço para que todos pudessem pagar”, afirmou.

O coronavírus deixou muitas pessoas desamparadas, mas Havyarimana é um exemplo de alguém que viu uma oportunidade de fazer a diferença e a agarrou.

“Todo mundo precisa de sabão. Decidi reduzir o preço para que todos pudessem pagar”

Seus companheiros refugiados, trabalhadores humanitários e quenianos da comunidade local são os consumidores dos produtos fabricados em sua pequena fábrica no campo de refugiados de Kakuma.

"Alterno os contêineres, tem sabão de 100 mililitros a 1 litro, para que aqueles que tenham apenas 50 centavos também possam comprar sabão para se protegerem do vírus", disse Havyarimana, que fugiu do conflito no Burundi em 2013 e recebeu um empréstimo oferecido pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) para começar seu empreendimento.

O ACNUR e seus parceiros trabalham com o governo para aumentar a capacidade das unidades de saúde locais e compartilhar informações sobre vírus. O ACNUR também aumentou o acesso à água limpa e sabão, como parte das medidas de prevenção e preparação ao coronavírus.

“Os refugiados estão desempenhando um papel importante na prevenção. Em Kakuma, há tantas pessoas contribuindo na luta contra a COVID-19... Elas estão criando ou distribuindo máscaras, por exemplo”, disse Kahin Ismail, gerente sênior de operações do ACNUR em Kakuma.

Innocent não está apenas reforçando o suprimento de sabão, ele também está fabricando e vendendo desinfetante para as mãos com a aloe vera que plantou em sua fábrica e nos arredores da sua casa.

O campo de Kakuma fica no nordeste do Quênia e abriga cerca de 200 mil refugiados. O desenvolvimento e o investimento do setor privado impulsionam a economia e ajudam a empresa de sabão Galp Enterprises a prosperar.

Um estudo realizado pela Corporação Financeira Internacional e Banco Mundial em 2018, descobriu que existem mais de 2.000 empresas em Kakuma contribuindo com 56 milhões de dólares (cerca de 302 milhões de reais) para a economia da região.

Havyarimana é graduado em química e trabalhou para uma empresa desse setor no Burundi, seu país natal. Ele usou essas habilidades para estabelecer uma gama de produtos, incluindo sabonetes, água sanitária e xampu. Os produtos são certificados per autoridades competentes do Quênia.

“O coronavírus afetou o mundo. Os refugiados também têm medo e é por isso que estão sempre lavando as mãos agora”, disse ele.

Juntamente com chefes de estado, governo, líderes de agências da ONU, instituições financeiras internacionais, sociedade civil e setor privado, Filippo Grandi - o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados -, está pedindo que água, saneamento e higiene sejam priorizados na resposta à COVID-19. Saiba mais sobre esse plano de ação aqui.

Reportagem adicional de Linda Muriuki em Nairobi, Quênia.


O ACNUR segue atuando no Brasil e no mundo para proteger refugiados, pessoas deslocadas e comunidades que os acolhem do novo coronavírus.

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