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Rede “Refugiados para Ação Climática” é lançada na COP29 para defender comunidades deslocadas na luta contra a mudança climática

Notas informativas

Rede “Refugiados para Ação Climática” é lançada na COP29 para defender comunidades deslocadas na luta contra a mudança climática

Haitiano que mora no Brasil faz parte do grupo que representa as vozes e perspectivas de refugiados e pessoas deslocadas integradas ao trabalho do ACNUR e às discussões climáticas internacionais.
14 Novembro 2024
Ermano Prévoir, haitiano com visto humanitário no Brasil, posa com açaí ao lado de sua lixeira de compostagem.

Ermano Prévoir, haitiano com visto humanitário no Brasil, posa com açaí ao lado de sua lixeira de compostagem.

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) lançou hoje a rede “Refugiados para Ação Climática”, uma iniciativa projetada para amplificar as vozes das comunidades deslocadas no debate global sobre o clima.

A rede reúne pela primeira vez oito pessoas forçadas a se deslocar de várias partes do mundo, que são apaixonadas por ativismo climático e pela defesa da justiça climática, ação e inclusão de refugiados e comunidades deslocadas nas discussões políticas. É formada por refugiados e pessoas deslocadas de países como Brasil, Afeganistão, Iêmen, Haiti e Bangladesh, cada um com vivências de deslocamento interligadas a conflitos e mudanças climáticas, e que já lideram iniciativas de ação climática em suas comunidades.

O grupo Refugiados para Ação Climática foi inicialmente convocado em 2023 pelo ACNUR para criar um espaço onde refugiados e comunidades deslocadas na linha de frente das mudanças climáticas pudessem compartilhar suas experiências e conhecimentos únicos.

Hoje, na COP29, o Embaixador da Boa Vontade do ACNUR, Theo James, lança oficialmente o grupo, emprestando sua voz ao apelo urgente do ACNUR para abordar o impacto da crise climática sobre refugiados e comunidades deslocadas em todo o mundo. Após sua recente visita à Mauritânia, onde interagiu com pessoas diretamente afetadas pelas mudanças climáticas, Theo James está comprometido em amplificar as histórias daqueles mais impactados e apoiar os esforços para trazer suas experiências ao centro do debate sobre a emergência climática.

Os membros do grupo trazem experiência de uma ampla gama de setores, incluindo energia solar, agricultura sustentável, conservação da natureza, preparação e resposta a desastres, educação ambiental e inovação em tecnologia climática.

Inundações no estado do Rio Grande do Sul, no Brasil.

A iniciativa incorpora o compromisso do ACNUR de colocar as comunidades deslocadas no centro da ação climática.

“Nós, refugiados, estamos na linha de frente da crise climática”, diz Najeeba Wazefadost, membro do grupo e fundadora da Rede Ásia-Pacífico para Refugiados (APNOR), que capacita mulheres afegãs com energia solar para apoiar seus negócios. “Para nós, a mudança climática não é uma ameaça abstrata. É uma luta diária pela sobrevivência, estabilidade e dignidade. Incentivamos os líderes a ouvirem nossas histórias e a tomarem ações decisivas que nos incluam, apoiem nossa resiliência e capacitem soluções lideradas por refugiados.”

Outros membros do grupo incluem: Ermano Prévoir, haitiano que vive no Brasil, é agrônomo e pesquisa técnicas de agricultura sustentável para melhorar a segurança alimentar em sua comunidade; Mohammed Anowar, refugiado rohingya que mora em Cox’s Bazar, Bangladesh, que treina outros refugiados em resiliência a inundações; Eman Al-Hamali, uma mulher deslocada internamente do Iêmen, lidera um projeto que fornece energia solar acessível para famílias vulneráveis em sua comunidade.

“Como refugiados e pessoas deslocadas, testemunhamos intimamente os impactos profundos da guerra em nossas vidas e comunidades – e agora uma emergência climática global”, diz Opira Bosco Okot, ativista climático refugiado que vive em Uganda. Ele usa tecnologias de comunicação para defender o acesso dos refugiados às discussões sobre políticas climáticas. “A perda do lar e as dificuldades que se seguem são experiências compartilhadas que nos motivam a unir esforços para enfrentar os desafios que confrontam nosso planeta.”

“Eu vi a profunda injustiça da crise climática sobre os refugiados e a urgência é real”, disse James. “No entanto, também vi a resiliência dos afetados — os refugiados estão encontrando soluções e eles precisam ser ouvidos. Pessoas como Opira estão pedindo que os líderes escutem. Refugiados para Ação Climática está aqui para tornar isso possível. Devemos colocá-los no centro da conversa para impulsionar soluções reais. É uma honra ajudar a lançar esta rede hoje.”

A iniciativa incorpora o compromisso do ACNUR de colocar as comunidades deslocadas no centro da ação climática. O grupo servirá como um corpo consultivo em questões climáticas, contribuirá para eventos climáticos globais e locais importantes e trabalhará para garantir que as vozes e perspectivas de refugiados e pessoas deslocadas sejam integradas ao trabalho do ACNUR e às discussões climáticas internacionais.

O ACNUR oferece aos membros do grupo oportunidades de capacitação e desenvolvimento de habilidades, ajudando-os a aprimorar suas competências em advocacy e expandir sua influência em eventos climáticos importantes, como a COP29.

Fotos com os membros do grupo “Refugiados para Ação Climática” estão disponíveis aqui.

Sobre o ACNUR

Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) é responsável por proteger e assistir refugiados, pessoas deslocadas e apátridas em todo o mundo. Há mais de 70 anos, o ACNUR trabalha para garantir que pessoas deslocadas possam reconstruir suas vidas com segurança e dignidade. Com a mudança climática exacerbando o deslocamento e a vulnerabilidade, o ACNUR está comprometido em promover a ação climática e assegurar que as vozes das comunidades deslocadas sejam ouvidas na luta global contra a mudança climática.

Sobre o Embaixador da Boa Vontade Theo James

Theo James, Embaixador Global da Boa Vontade do ACNUR, ator e produtor britânico, estrela de The Gentlemen e The White Lotus, apoia o trabalho do ACNUR desde 2016. Ele já viajou para a Grécia, França, Jordânia e Mauritânia, onde encontrou com solicitantes de asilo e refugiados para aumentar a conscientização sobre as questões críticas enfrentadas por essa população. Theo James tem impulsionado ativamente a conscientização sobre os impactos climáticos nas comunidades deslocadas, visitando projetos de resiliência climática, como instalações solares na Jordânia. Além da defesa climática, ele tem feito campanha por serviços essenciais de saúde mental para refugiados e enfatizado a necessidade urgente de financiamento humanitário. O compromisso de Theo com a causa é pessoal; seu avô foi um refugiado, o que inspira profundamente sua dedicação.