52% dos refugiados e migrantes da Venezuela entrevistados sentem necessidade de apoio emocional, mostra pesquisa
52% dos refugiados e migrantes da Venezuela entrevistados sentem necessidade de apoio emocional, mostra pesquisa
Entre os 334 participantes da enquete online, 90% tiveram que enfrentar a separação de um familiar próximo ao se deslocar para o Brasil. Os dados completos podem ser acessados no site da Plataforma de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes da Venezuela – R4V, que implementa o projeto com foco na participação social de jovens e adolescentes.
A transição para sua adaptação cultural, o aprendizado de um novo idioma e os desafios de uma nova vida alimentam sentimentos de insegurança e de ansiedade.
“É difícil se acostumar com outra cultura, outro idioma e estar longe dos familiares”, disse um jovem participante, de 20 anos.
Para ajudar refugiados e migrantes a atravessarem esse momento desafiador, o U-Report Uniendo Voces lança uma central de informações online com dicas e orientações para que essa população possa iniciar conversas sobre o tema, trocar informações ou buscar serviços. O acesso é feito por meio da interação com um chatbot, chamado Gigante, acessível por WhatsApp ou Messenger.
Na consulta participativa, a ansiedade foi o sentimento mais reportado (19%), seguido de perto por gratidão (18%) e tristeza (16%).
“A instabilidade econômica que vivi fez com que eu me sentisse preocupado com o pagamento do aluguel e a falta de alimentos na minha casa. Mas, graças a Deus, hoje em dia sinto gratidão, já que pouco a pouco as coisas foram melhorando”, apontou um participante, com 29 anos.
Os resultados da consulta também indicam a busca por moradia (17%) e estabilidade financeira (11%) como preocupações significativas que afetam o bem-estar psicológico desses refugiados e migrantes venezuelanos.
Familiares e parceiros são os principais pilares de apoio para conversar com alguém sobre seus problemas, com 26% e 19% das respostas, respectivamente. Os respondentes também compartilharam estratégias que utilizam para manter o bem-estar mental, como se dedicar a hobbies (20%), partilhar momentos com familiares (20%), praticar atividades físicas (19%) e viver experiências religiosas/espirituais (19%).
Oito em cada dez entrevistados não têm conhecimento de serviços ou especialistas em saúde mental voltados para adolescentes e jovens. Os dados da pesquisa não são representativos de toda a população venezuelana no País. O Brasil abriga hoje quase meio milhão de pessoas vindas da Venezuela, segundo a Plataforma R4V, trata-se do terceiro país da América Latina com maior número de refugiados e migrantes venezuelanos, atrás apenas da Colômbia e do Peru.
Sobre o U-Report Uniendo Voces
O U-Report Uniendo Voces é uma ferramenta de informação e participação social para jovens e adolescentes refugiados e migrantes da Venezuela que vivem no Brasil. As enquetes são realizadas virtualmente pelo WhatsApp e Facebook Messenger, sempre de forma voluntária, gratuita e anônima. Por meio da interação com um chatbot chamado “Gigante”, os participantes também acessam informações atualizadas e confiáveis sobre serviços e direitos, incluindo saúde mental. A iniciativa é ainda implementada pela plataforma R4V no Equador, Peru, Bolívia e México. Originalmente, o U-Report é uma ferramenta criada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em 2011, estando presente hoje em mais de 90 países. Os canais para interação no Brasil, onde o projeto é implementado pela Viração Educomunicação, são:
Facebook: https://bit.ly/36RZ8Xc
WhatsApp: https://bit.ly/36WEipC
Sobre a Plataforma R4V
A Plataforma de Coordenação Interagencial para Refugiados e Migrantes da Venezuela – R4V é um mecanismo de articulação entre agências do sistema das Nações Unidas e organizações da sociedade civil. A Plataforma R4V é composta por um conjunto de parceiros e tem como objetivo responder ao fluxo de venezuelanos na América Latina e no Caribe. No Brasil, é composta por 60 organizações parceiras, sendo liderada pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Agência da ONU para as Migrações (OIM).