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ACNUR reforça apoio aos mais vulneráveis afetados pelas inundações no Brasil e em outras regiões

Comunicados à imprensa

ACNUR reforça apoio aos mais vulneráveis afetados pelas inundações no Brasil e em outras regiões

24 May 2024
Refugiados são alojados em abrigos temporários após enchentes devastadoras no estado do Rio Grande do Sul. © ACNUR/Vanessa Beltrame
Genebra, 24 de maio de 2024 – Quase um mês após o início das fortes chuvas no estado do Rio Grande do Sul, a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) está ampliando sua resposta de forma coordenada com o Governo do Brasil e autoridades locais para atender às necessidades dos mais vulneráveis – incluindo 43.000 refugiados e outras pessoas em necessidade de proteção internacional, principalmente venezuelanos, haitianos e cubanos, além das comunidades que as acolhem.

As inundações são o maior desastre climático no sul do Brasil e causaram 163 mortes e deslocaram cerca de 580.000 pessoas. Mais de 65.000 ainda estão em centros de acomodação temporária; 93 por cento das cidades e áreas rurais no Rio Grande do Sul foram afetadas. Estima-se que são necessários US$ 3,21 milhões para apoiar a resposta do ACNUR, incluindo assistência financeira para os indivíduos afetados e itens essenciais de socorro.

Uma equipe especializada em gestão de abrigos, documentação e prevenção de violência baseada em gênero foi mobilizada para as áreas de desastre e está coordenando o recebimento de itens de socorro enviados pelo ACNUR. A equipe também está fornecendo assistência técnica para melhorar o funcionamento dos abrigos, especialmente em Porto Alegre, capital do estado.

As primeiras Unidades de Habitação Emergenciais e colchonetes chegaram à área afetada, vindas do armazém do ACNUR em Boa Vista (RR). Outros itens como recipientes de água, mochilas, lonas, lâmpadas solares, cobertores e kits de higiene e sanitários estão a caminho do Rio Grande do Sul. Mais itens estão sendo enviados dos estoques do ACNUR na Colômbia e no Panamá.

O ACNUR e a Agência da ONU para as Migrações (OIM) estão visitando abrigos para avaliar as necessidades de pessoas refugiadas, outras em necessidade de proteção internacional e migrantes para avaliar suas demandas e apoiar os casos mais urgentes. Os entrevistados expressaram preocupação com seu futuro, especialmente sobre para onde retornarão e quando.

O ACNUR, com parceiros, também está priorizando a reemissão de documentos perdidos.

Organizações lideradas por pessoas refugiadas no Rio Grande do Sul têm coletado e distribuído doações e voluntariado no contexto de emergência. Segundo dados do governo federal, o estado do Rio Grande do Sul abriga mais de 21.000 venezuelanos que foram relocados de forma voluntária do estado de Roraima, desde abril de 2018.

A situação no Rio Grande do Sul é muito preocupante. A previsão do tempo para os próximos dias indica chuvas e ventos fortes, tempestades e possível queda de granizo em partes do território.

Eventos climáticos extremos no Brasil têm sido mais frequentes e devastadores nos últimos anos, incluindo secas na região amazônica e chuvas severas nos estados da Bahia e Acre, todos os quais o ACNUR também contribuiu com ajuda humanitária em parceria com os governos.

Mas o financiamento para lidar com os impactos das mudanças climáticas é insuficiente para atender as necessidades daqueles deslocados à força e das comunidades que os acolhem. Sem ajuda para se preparar e responder a esses impactos, incluí-los nos planos nacionais de adaptação e para se recuperar das consequências climáticas severas, eles correm o risco de novos deslocamentos forçados. Mais ajuda é necessária para fornecer socorro vital às famílias que perderam tudo.

Enquanto isso, no Afeganistão, inundações repentinas e chuvas intensas, que começaram em 10 de maio, causaram extensos danos e perdas de vidas no norte, nordeste e oeste do país. Milhares de casas e hectares de terras agrícolas foram danificadas ou destruídas, e mais de 300 pessoas morreram. O ACNUR tem respondido com outras agências da ONU, avaliando necessidades e distribuindo tendas de emergência, itens não alimentares e kits de roupas. Com parceiros, o ACNUR também está monitorando preocupações de proteção, incluindo casos relatados de separação familiar, e está oferecendo apoio psicológico. Voluntários treinados pelo ACNUR têm disseminado informações sobre os serviços disponíveis. Novas inundações ainda estão sendo relatadas e grandes áreas permanecem isoladas devido a estradas e pontes danificadas.

A situação em toda a África Oriental também continua sendo motivo de grande preocupação. No Quênia, mais chuvas intensas nesta semana inundaram partes do campo de Kakuma, afetando abrigos e instalações públicas, incluindo clínicas de saúde e escolas. O ACNUR e parceiros estão distribuindo itens de socorro, ajudando a evacuar os mais afetados para áreas seguras e reabilitando abrigos danificados.

No Burundi, o ACNUR, com o governo e parceiros, está assistindo os mais afetados através de realocações para locais temporários, fornecimento de água limpa, assistência financeira para necessidades urgentes e distribuição de materiais escolares para crianças. No Sudão do Sul, Sudão e Somália, mais chuvas são esperadas, e os rios continuarão a transbordar nas próximas semanas. Um grande número de refugiados e deslocados está abrigado em locais que podem ser severamente impactados. Nossas equipes estão trabalhando com parceiros na preparação, no entanto, a falta de financiamento está dificultando investimentos significativos em medidas de mitigação.

As mudanças climáticas afetam desproporcionalmente os refugiados e outras pessoas necessitadas de proteção internacional, que já vivem em áreas vulneráveis ​​suscetíveis aos efeitos de eventos climáticos extremos e recorrentes.

Em abril de 2024, o ACNUR lançou seu primeiro Fundo de Resiliência Climática para construir a resiliência de refugiados, comunidades deslocadas e seus anfitriões à crescente intensidade de eventos climáticos extremos relacionados às mudanças climáticas.

Para mais informações sobre este tópico, entre em contato com:

Em Genebra, William Spindler, [email protected], +41 79 549 5998
No Panamá, Luiz Fernando Godinho, [email protected], +507 6356 0074
No Brasil, Miguel Pachioni, [email protected], +55 11 98875 3256
Em Cabul, Caroline Gluck, [email protected], +93 (0) 70 246 6642
Em Nairóbi (regional), Faith Kasina, [email protected], +254 113 427 094