No Rio Grande do Sul, ACNUR e SJMR auxiliam pessoas refugiadas afetadas pelas chuvas a reingressar no mercado de trabalho
No Rio Grande do Sul, ACNUR e SJMR auxiliam pessoas refugiadas afetadas pelas chuvas a reingressar no mercado de trabalho

As venezuelanas Ruth, Dairis e Reydis (da esquerda para a direita na foto) participaram de curso de costura e hoje trabalham formalmente na área
Das mais de 2 milhões de pessoas afetadas pelas cheias no Rio Grande do Sul em 2024, estima-se que 43 mil necessitem de proteção internacional. Muitas delas foram forçadas a se deslocar mais uma vez, ressaltando a vulnerabilidade de pessoas refugiadas e migrantes em contextos de emergências climáticas. Nesse cenário, uma parceria entre a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR)Link is external tem buscado levar oportunidades melhores de recomeço a essa população, por meio de cursos profissionalizantes e auxílio para inserção no mercado formal de trabalho.
Durante todo o ano de 2024, ACNUR e SJMR realizaram ações voltadas para empregabilidade envolvendo tanto pessoas refugiadas e migrantes quanto o setor privado. Junto às comunidades, foram identificadas pessoas que necessitavam de oportunidades de trabalho. A elas, foram oferecidos cursos profissionalizantes, apoio na confecção de currículos e realização de feirões de empregabilidade, onde podiam participar de processos seletivos. Ao mesmo tempo, foi realizada a mobilização do setor privado para buscar contratar formalmente as pessoas refugiadas e migrantes identificadas e capacitadas e para abrir oportunidades durante os feirões. Apenas no período após as enchentes, de maio a dezembro de 2024, foram 500 atendimentos a cerca de 380 pessoas e 22 empresas mobilizadas.
A venezuelana Dairis Machado é uma das mulheres contratadas por meio dessa iniciativa. Devido às enchentes, ela precisou mudar de Porto Alegre para Cachoeirinha, na região metropolitana. Nessa mudança, deixou para trás não apenas a casa, mas também o emprego que tinha como auxiliar de limpeza, o que afetou diretamente a renda da família, formada por ela, o esposo e duas crianças.
“Depois de toda aquela dificuldade que a gente atravessou, conseguimos ter acesso a um curso de costura, que foi oferecido para mulheres. De toda a multidão que fez o curso, algumas de nós conseguimos um emprego em uma empresa aqui em Cachoeirinha. Foi uma porta muito importante que se abriu para nós”, afirma. “Com o curso, também consegui mudar a minha área de trabalho. Agora o meu trabalho é muito melhor, o salário é melhor também, e isso tudo ajuda a manter minha família. Quero continuar aprendendo mais nessa área, continuar nessa empresa, e seguir aprendendo muitas coisas mais.”
Confira no vídeo a seguir um pouco mais sobre essa iniciativa: