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Conheça a “soup joumou”, sopa símbolo da liberdade do Haiti

Notas informativas

Conheça a “soup joumou”, sopa símbolo da liberdade do Haiti

Tradicionalmente preparada em 1º de janeiro, Dia da Independência do Haiti, sopa de abóbora, vegetais e carne foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO
3 Janeiro 2025
Soup joumou, tradicional sopa haitiana, é servida no dia 1 de janeiro

Em São Paulo, com o apoio do ACNUR, a soup joumou foi servida a cerca de 100 pessoas no primeiro dia de 2025

Para as mais de 90 mil pessoas haitianas que vivem no Brasil, um alimento representa bem a saudade e o orgulho de sua cultura: a soup joumou. A famosa sopa de abóbora, carne e vegetais é um prato tão representativo que, em 2021, foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO, como símbolo da liberdade, dignidade e resiliência do país. Ela é tradicionalmente preparada no dia 1º de janeiro, Dia da Independência do Haiti. Em São Paulo, junto com ACNUR e Missão Paz, e com o apoio do Governo do Canadá, a comunidade haitiana manteve a tradição em 2025.

“Hoje celebramos os 221 anos e independência do nosso país. Para comemorar esse dia, temos a soup joumou, que faz parte da nossa alma e da nossa cultura. Normalmente nesse dia, no Haiti, a gente come só esse prato. E é muito interessante porque os vizinhos ficam trocando prato – ou seja, eu faço na minha casa, mando para a casa da vizinha, a vizinha manda para mim. É um gesto que demonstra a nossa solidariedade e a nossa fraternidade”, explica Max Renaud Saint-Louis.

“Primeiro a gente cozinha bastante a abóbora, depois coloca temperos, legumes, macarrão, carne, e deixa cozinhar tudo junto. Aqui não tem essa sopa, apenas no Haiti. Pra gente, é muito importante manter essa tradição. Em todos os lugares do Haiti, no dia 1º de janeiro, a gente faz essa sopa”, conta Marie Guertude, que desde o dia anterior estava envolvida no preparo da sopa que foi servida a cerca de 100 pessoas na missão Paz. “Lembro muito do meu país quando tomo essa sopa. Tenho saudade. Hoje, a sopa me lembra do meu país”, completa.

A Missão Paz é uma organização parceira do ACNUR em São Paulo, que atende pessoas refugiadas e migrantes de diferentes nacionalidades. Desde 2010, já foram atendidas mais de 37 mil pessoas vindas do Haiti. De acordo com o coordenador da organização, padre Paolo Parise, desde os primeiros grupos, já era manifestada a importância de promover a ação no dia 1º de janeiro. Em edições anteriores, chegaram a ser recebidas mais de 600 pessoas para tomar a sopa de abóbora. “É importante promover essa ação porque valoriza a cultura, valoriza a própria identidade, reforça os laços e cria mecanismos de integração com a comunidade local”, ressalta.

Em 2025, com o apoio do Governo do Canadá, o ACNUR ajudou a organização da atividade. Segundo o associado de Proteção do ACNUR, William Laureano, o apoio faz parte de uma série de iniciativas realizadas em São Paulo e na região Sul do Brasil, onde estão concentradas as maiores comunidades haitianas, que buscam promover a integração socioeconômica. “Desde 2010, o Brasil já recebeu mais de 90 mil pessoas haitianas, e muitas delas necessitam de proteção internacional. Com o apoio do Governo do Canadá, temos desenvolvido projetos de integração econômica, empregabilidade e cursos de português, que permitem melhores condições de vida a essas pessoas”, afirma.