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Em 2023, ACNUR respondeu ao maior número de emergências humanitárias da última década

Comunicados à imprensa

Em 2023, ACNUR respondeu ao maior número de emergências humanitárias da última década

19 Janeiro 2024
ACNUR entrega ajuda humanitária a milhares de deslocados pelas inundações na Líbia. © ACNUR/Ziyad Alhamadi

Em 2023, o ACNUR respondeu a diversas crises ao redor do mundo: terremotos na Síria, na Turquia e no Afeganistão; novo conflito no Sudão; recrudescimento de antigos conflitos em Karabakh (entre Azerbaijão e Armênia) e na Somália; crises prolongadas na Venezuela, outros países da América Latina e na República Democrática do Congo; inundações na Líbia e no Chifre da África... 

No total, a Agência da ONU para Refugiados trabalhou para salvar vidas e proteger refugiados em 43 emergências em 29 países, o maior número dos últimos 10 anos. O dado é do novo Relatório de preparação e resposta a emergências em 2023, disponível em inglês. Essas crises forçaram milhões de pessoas a se deslocar, fazendo com que o total de refugiados passasse de 114 milhões no mundo — 5,6 milhões a mais que no fim de 2022. 

"Os números não contam histórias reais. Mas há um número — 114 milhões — importante para iniciar a nossa reflexão. 114 milhões é o número de pessoas que as perseguições, as violações dos direitos humanos, a violência, os conflitos armados e as graves perturbações da ordem pública forçaram a deixar as suas casas”, ressaltou o alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, no Fórum Mundial sobre Refugiados de 2023.

São 114 milhões de sonhos desfeitos, de vidas desfeitas, de esperanças interrompidas. É um número que reflete uma crise — na verdade, muitas crises — da humanidade. Mas representa também a generosidade e a hospitalidade dos povos que abrem os seus corações e as suas casas aos que são forçados a se deslocar.

Filippo Grandi, alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados

A alta do número de emergências humanitárias deve continuar em 2024, com a expectativa de que o número de pessoas forçadas a se deslocar passe de 130 milhões até o fim do ano. Assim, a necessidade de solidariedade e apoio às pessoas refugiadas nunca foi tão importante.

FAÇA A DIFERENÇA: DOE AGORA!

Faltam recursos para ajudar milhões de refugiados

Graças ao apoio generoso de doadores públicos e privados, o ACNUR agiu rapidamente diante de emergências globais, fornecendo serviços de proteção capazes de salvar as vidas das pessoas mais afetadas pelas crises. Os suprimentos e itens emergenciais enviados ajudaram 16,7 milhões de refugiados. No entanto, muitos mais precisam de ajuda. 

Para responder às emergências, o ACNUR entregou suprimentos de emergência no valor de R$ 263,9 milhões, enviados por meio de transporte aéreo (3.270 toneladas), rodoviário (18.890 toneladas) e marítimo (10.695 toneladas).  

Foram enviados 7,4 milhões de itens essenciais de ajuda humanitária, incluindo mais de 2,4 milhões de cobertores, 1,3 milhão de colchonetes, 1,2 milhão de lonas plásticas, 638 mil mosquiteiros, 525 mil lâmpadas solares, 506 mil conjuntos de cozinha, 57 mil tendas, entre outros artigos. O ACNUR mobilizou mais de 300 equipes e parceiros para atuar em emergências. 

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Barracas e outros itens de emergência são enviados de um armazém em Cabul para as províncias de Paktika e Khost atingidas pelo terremoto. © ACNUR/Tom Winston Monboe

Apesar de ter arrecadado mais de R$ 24,6 bilhões em 2023 (sendo R$ 22,7 bilhões destinados a emergências e crises prolongadas) graças às generosas contribuições de doadores, o ACNUR ainda precisaria de R$ 1,9 bilhão até o fim do ano para conseguir prestar toda a assistência necessária às 114 milhões de pessoas forçadas a se deslocar em todo o mundo. 

Por isso, fazemos um apelo: precisamos da colaboração financeira daqueles que apoiam o nosso trabalho humanitário para que a totalidade de recursos demandada para a nossa operação de 2024 seja atingida. Isso garantirá que os refugiados possam obter a ajuda necessária para viver em segurança.

"No ano passado, vimos um aumento impressionante de emergências, com novas crises se desenrolando e outras não resolvidas se deteriorando, ultrapassando os limites de nossa capacidade de resposta. A escala do sofrimento humano é incomensurável e um forte lembrete do imperativo da ação coletiva e da solidariedade."

Dominique Hyde, diretora de Relações Externas do ACNUR

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As 10 maiores crises do ano 

Confira as 10 principais emergências de 2023, todas aliviadas graças aos esforços de resposta rápida do ACNUR e à contribuição de seus doadores. 

Fortes terremotos atingiram o sudeste da Turquia e o norte da Síria no início de 2023, mataram milhares de pessoas e causaram uma destruição incalculável em casas e na infraestrutura de toda a região. O ACNUR forneceu mais de 2,9 milhões de artigos de socorro às pessoas afetadas pelos terremotos na Turquia, assistência financeira a 39 mil pessoas e consultoria a 17 mil refugiados. Na Síria, apoiou 311 mil pessoas, enviou kits de socorro a 240 mil e tendas a 53 mil. 

 

Equipes de resgate procuram sobreviventes nas ruínas de um prédio no bairro de Al-Aziziyeh, em Aleppo, Síria, onde famílias já deslocadas pela longa crise no país foram afetadas. © ACNUR/Hameed Maarouf

Fugindo da Guerra Civil da Somália, refugiados somalis continuam chegando diariamente à Etiópia. Essas pessoas são assoladas por seca, fome e disputas no país de origem. Muitos são crianças e mulheres. O ACNUR transferiu 50 mil refugiados somalis para zonas mais seguras, assegurando acesso a água e abrigo. 

 

Pessoas esperam por distribuição de comida em Afar, norte da Etiópia. © WFP/Claire Nevill

Violentos confrontos entre grupos não estatais e forças governamentais levaram centenas de milhares de pessoas a fugir no leste da República Democrática do Congo, aumentando o sofrimento de milhões de pessoas sujeitas à violência de grupos de milícias ativos na região. O ACNUR construiu abrigos para 40 mil pessoas e transferiu 14 mil para zonas mais seguras. 

 

O campo de Kigonze, em Bunia, na província de Ituri, na RDC, acolhe 14 mil pessoas deslocadas internamente. Mais de 6,3 milhões de pessoas estão deslocadas internamente em todo o país. © ACNUR/Guerchom Ndebo

Em 14 de maio, o ciclone Mocha afetou 7,9 milhões de pessoas em Mianmar, com chuvas e ventos fortes. Isso teve um impacto devastador nas habitações e nas infraestruturas da região. Em Bangladesh, o fenômeno atingiu cerca de 2,3 milhões de pessoas, incluindo cerca de 930 mil refugiados Rohingya (forçados a escapar da violência em Mianmar). O ACNUR forneceu abrigos e distribuiu ajuda às pessoas afetadas pelo ciclone Mocha, ajudando mais de 4,5 mil famílias de refugiados Rohingya. 

 

Crianças rohingya em um espaço para crianças no campo de refugiados de Kutupalong, Bangladesh. © ACNUR / Antoine Tardy

Combates entre as forças armadas e paramilitares sudanesas iniciados em 15 de abril de 2023 obrigaram quase 7,4 milhões de pessoas a deixar suas casas até ao fim do ano, agravando a crise humanitária no país. Em meados de dezembro, os confrontos em Wad Madani, capital do estado de Al Jazirah, registraram mais de 121 mil vítimas e obrigaram mais de 300 mil pessoas a se deslocar. 

O ACNUR ajudou 455 mil deslocados internos (pessoas deslocadas dentro do próprio país, pelos mesmos motivos de um refugiado, mas que não atravessaram uma fronteira internacional para buscar proteção) e 721 mil refugiados no Sudão, construiu 11 abrigos e melhorou outros 10 em países vizinhos para receber os recém-chegados. 

 

Refugiados sudaneses que chegaram recentemente ao Chade. © ACNUR/Aristophane Ngargoune

Em 10 de setembro, a tempestade Daniel atingiu a costa oriental da Líbia com ventos intensos, chuvas torrenciais e inundações repentinas. Pelo menos 40 mil pessoas ficaram desalojadas após as inundações e mais de 4 mil morreram. O ACNUR expandiu os esforços de ajuda em resposta às inundações devastadoras, prestando apoio à saúde mental e fornecendo materiais de necessidade básica para 77,8 mil pessoas afetadas. 

 

Enchentes causadas pela Tempestade Daniel na Líbia, país no norte da África, deixaram milhares de pessoas desabrigadas e desaparecidas. © ACNUR/Ahmed Al Houdiri

Após o agravamento do conflito de décadas em Karabakh, na fronteira com o Azerbaijão, mais de 100 mil pessoas fugiram para a Armênia na última semana de setembro, incluindo 30 mil crianças — uma média de 15 mil refugiados chegando no território por dia. O ACNUR apoiou o registro dos recém-chegados, forneceu 79,4 mil materiais de emergência a mais de 17 mil refugiados, como camas dobráveis e itens de cozinha. 

 

Pai chega com filhos na cidade de Goris, no sul da Armênia, junto com dezenas de milhares de refugiados. © UNHCR/Karen Minasyan

Palco de um conflito de 40 anos, o Afeganistão sofreu dois fortes terremotos no início de outubro. Mais de 1.400 pessoas morreram, 10 mil casas foram destruídas e 114 mil pessoas passaram a precisar de ajuda humanitária urgente. No mesmo mês, o governo do Paquistão anunciou a deportação de pessoas sem documentos. Mais de 478.800 afegãos regressaram ao Afeganistão, mais de 29 mil delas deportadas. 

O ACNUR forneceu ajuda financeira, materiais de emergência e programas comunitários a 1,1 milhão de pessoas, sendo 2 mil famílias em Herat, região atingida pelos terremotos. Também foram apoiados 61.600 afegãos deportados do Paquistão. 

 

A paisagem árida da província de Helmand, onde os efeitos de uma seca severa são aparentes em todos os lugares. © ACNUR/Andrew McConnell

Mais de 5,2 milhões de pessoas foram gravemente afetadas no Chifre da África pela seca mais longa já registrada, além das fortes chuvas e graves inundações no mês de novembro, provocando quase 2 milhões de deslocamentos forçados e destruição generalizada em uma região já muito afetada por conflitos na África Oriental. A Somália, a Etiópia e o Quênia foram os países mais países mais afetados. O ACNUR forneceu ajuda emergencial, material e financeira para reparações de abrigos e sacos de areia para proteção contra inundações nas comunidades afetadas. Foram construídos abrigos para 1.200 pessoas deslocadas em Dollow, na Somália. 

 

Chegam a Dadaab, no Quênia, uma mãe com seus 10 filhos, depois que a seca devastou suas plantações e gado na Somália. ©ACNUR/Charity Nzomo

Cerca de 500 mil refugiados e migrantes atravessaram a selva de Darien, no Panamá, rumo às Américas Central e do Norte, em dezembro, expostas a riscos naturais, violência sexual e de gênero, roubo, tráfico de pessoas, extorsão e sequestro. O número de travessias mais que dobrou em comparação com o ano anterior. 

Também em dezembro, mais de 7,7 milhões de venezuelanos estavam fora do seu país. Cerca de 4 milhões de refugiados e migrantes da Venezuela continuam a ter necessidades urgentes em termos humanitários. O ACNUR reforçou a presença nas fronteiras da América Latina, oferecendo assistência jurídica, abrigo, apoio ao deslocamento e assistência financeira a 700 mil refugiados e migrantes vulneráveis nos últimos quatro anos. 

 

Com necessidades humanitárias e correndo risco de vida, pessoas refugiadas e migrantes atravessam a pé a densa selva de Darién, no Panamá. Muitas delas são crianças e adolescentes. ©ACNUR/Melissa Pinel

A sua doação salva vidas 

O ACNUR agradece aos doadores públicos e privados que fizeram doações para emergências específicas e forneceram financiamento flexível para emergências em 2023. O seu apoio tem sido inestimável para ajudar e proteger milhões de pessoas forçadas a se deslocar diante das diversas crises humanitárias no mundo. Contamos com a sua solidariedade para continuar acolhendo e protegendo pessoas afetadas por emergências em 2024.

DOE AGORA!