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Haitiano ajuda a levar informação sobre empregabilidade a pessoas refugiadas e migrantes em São Paulo

Histórias

Haitiano ajuda a levar informação sobre empregabilidade a pessoas refugiadas e migrantes em São Paulo

Com o apoio do ACNUR, Steve passou a integrar a equipe da Missão Paz em iniciativas voltadas para a inserção no mercado de trabalho
7 Novembro 2024
O haitiano Steve Seide tem auxiliado a aprimorar o atendimento a pessoas refugiadas e migrantes em São Paulo

O haitiano Steve Seide tem auxiliado a aprimorar o atendimento a pessoas refugiadas e migrantes que buscam a Missão Paz, em São Paulo

Quando Steve Seide chegou ao Brasil, em maio de 2024, o português não estava entre os idiomas dominados pelo haitiano. Hoje, apenas cinco meses depois, ele não apenas se comunica no idioma como também incentiva que outras pessoas haitianas ingressem nas aulas de português oferecidas pela Missão Paz, organização parceira do ACNUR em São Paulo. E vai além – ele foi contratado pela organização para apoiar no atendimento da comunidade haitiana que busca por oportunidades de inserção no mercado de trabalho.

Há dois meses, Steve faz parte da equipe da Missão Paz apoiada pelo ACNUR para atender pessoas refugiadas e migrantes dentro do eixo de Trabalho na organização. É lá que pessoas em situação de vulnerabilidade recebem diferentes atendimentos, que vão de apoio com documentação, informações sobre benefícios sociais e serviços oferecidos gratuitamente no Brasil e, principalmente, cursos de português e ações voltadas para empregabilidade. Desde sua contratação, o atendimento a pessoas haitianas tem aumentado, já que elas se sentem mais acolhidas e mais bem informadas quando atendidas por alguém que fala o mesmo idioma e vem do mesmo país de origem.

“Tenho feito o atendimento a todas as pessoas migrantes e refugiadas que buscam informações, especialmente as pessoas haitianas que têm dificuldade com o idioma português, como eu também tive quando cheguei”, afirma Steve.

Para o haitiano Dieucereste Bien-Aime, o atendimento em créole foi essencial para entender as informações repassadas

Para o haitiano Dieucereste Bien-Aime, o atendimento em créole foi essencial para entender as informações repassadas

Para Dieucereste Bien-Aime, o atendimento feito em créole, sua língua materna, foi essencial não apenas para entender as informações repassadas, mas também para se sentir acolhido. Há sete anos no Brasil, ele ainda se comunica com dificuldade em português e buscou a Missão Paz para saber como se cadastrar no CadÚnico. Saiu de lá também com o compromisso de retornar para as aulas de português e para as ações de empregabilidade.
“Tem um haitiano que falou créole comigo e me atendeu muito bem. Ele veio aqui para ajudar os haitianos que não falam muito bem o português. A ajuda dele foi muito boa. Gostei muito do atendimento”, agradeceu.

Segundo a associada de Soluções Duradouras do ACNUR, Camila Sombra, a parceria com a Missão Paz para oferecer aulas de português e ações de empregabilidade tem mais de cinco anos. A grande procura por serviços por parte da população haitiana fez com que se tornasse necessária a contratação de uma pessoa da comunidade. Assim, os serviços se tornam mais acessíveis e inclusivos.

“Reforçamos a equipe com Steve para ter uma aproximação ainda maior com a comunidade haitiana em São Paulo e fazer com que essas pessoas tenham mais acesso, com mais facilidade, aos serviços que são oferecidos pela organização. Nossa expectativa é ampliar o atendimento”, planeja.

Desde a chegada de Steve à equipe, a Missão Paz, por meio do eixo de Trabalho, realizou mais de 140 atendimentos a pessoas haitianas que buscaram a organização para aulas de português e inserção no mercado de trabalho brasileiro. Atualmente, a população haitiana corresponde a 11% das 719 mil pessoas com necessidade de proteção internacional acolhidas pelo Brasil.