Kat Graham destaca tradição brasileira de acolhida a refugiados
Kat Graham destaca tradição brasileira de acolhida a refugiados
Há mais de uma década, a violência e a perseguição forçaram a artista e ativista congolesa Prudence Kalambay a fugir de da República Democrática do Congo. Hoje, ela vive em segurança no Brasil e compartilha sua cultura no melhor estilo congolês: almoços de família com muitas pessoas à mesa, conversas, música vibrante e, claro, dança.
“Africanos são pessoas de família, que gostam de por a mão na massa. E nossas mãos estão cheias de temperos”, diz Prudence. “Por isso, eu gosto de falar sobre o Congo através da culinária.”
Foi através do sabor da tilápia, do poulet mayo (frango com maionese) e de uma porção de banana-da-terra frita que Prudence apresentou um workshop gastronômico congolês para Kat Graham, embaixadora da Boa Vontade do ACNUR, e refugiados que encontraram um lar no Brasil. O almoço congolês se tornou um encontro multicultural, com pessoas de Afeganistão, Venezuela, Bolívia, Nigéria e Brasil, que ajudaram na cozinha.
“Compartilhar uma refeição diz muito, sem precisar de palavras. A comida é realmente a linguagem universal”, diz Kat Graham. “Ela quebra barreiras, une as pessoas e nutre tanto o corpo quanto a alma. Coloque um pouco de música, uma dança, e rapidamente fica claro o quanto todos nós temos em comum.”
Essa diversidade é um pequeno retrato da multiculturalidade presente em São Paulo, uma das maiores capitais do mundo, e um dos principais pontos de entrada para refugiados que chegam ao Brasil, que atualmente abriga cerca de 794.000 pessoas em necessidade de proteção internacional.
Muitos, como Prudence, estão prosperando na rica e diversificada cena cultural da cidade e nas fortes redes de proteção para refugiados e migrantes. “Eu posso ser congolesa, mas me considero uma cidadã do mundo”, afirma. “Ainda assim, eu nunca quero sair daqui. O Brasil é meu lar agora.”
São Paulo, onde Kat irá se apresentar em março de 2025, também é um destino importante para famílias venezuelanas que precisam de um novo começo após chegarem ao Brasil pela fronteira no Norte do país, em Pacaraima, no estado de Roraima. Muitos participam do programa de realocação voluntária do governo federal e, com o apoio do ACNUR, se reestabelecem em cidades com maior capacidade de integração socioeconômica.
Esse é o caso das famílias que vivem no abrigo Aldeias Infantis SOS, no sul de São Paulo, apoiadas pelo ACNUR, que acolhe refugiados e migrantes da Venezuela em situação de maior vulnerabilidade, como mães solteiras, idosos, sobreviventes de violência de gênero ou pessoas com necessidades de saúde específicas.
No abrigo, Kat foi convidada para um encontro cultural com músicas, poesias e danças preparadas por jovens venezuelanos e brasileiros que frequentam a Casa de Oportunidades do abrigo, espaço seguro dedicado a acolher e oferecer aos jovens a chance de criar, aprender e crescer.
“Ver esses jovens compartilharem suas histórias pessoais e talentos incríveis mostra mais uma vez porque os refugiados merecem nosso apoio. Eles têm muito a oferecer”, diz Kat. “Se tiverem a oportunidade, eles florescem. Aqui no Brasil, onde estão seguros, sei que o futuro deles será brilhante.”
Em todo o mundo, 7,7 milhões de refugiados e migrantes venezuelanos estão fora de seu país, e estima-se que 570.000 tenham sido acolhidos no Brasil.
Uma das principais necessidades enfrentadas por essas famílias de refugiados é o acesso a tratamentos de saúde, além de outros serviços básicos, como educação, moradia e alimentação. Por pouco mais de um ano, Dubraska e seus pais foram uma das famílias atendidas no abrigo. Enquanto o pai recebia tratamento para câncer pelo programa nacional de saúde, ela foi matriculada na escola pública local e a mãe conseguiu aprender português e encontrar um emprego.
“A equipe do abrigo nos fez sentir confortáveis e nos ajudou a crescer. Nos deram muitas oportunidades. Nos sentimos muito bem acolhidos aqui no Brasil. E receber visitas como a da Kat nos faz sentir como se estivéssemos recebendo um abraço, e quanto mais pessoas se juntam, mais quentinho fica”, diz Dubraska, de 15 anos, que agora mora perto do abrigo com sua família, mas continua a estar em contato com o local e outras crianças. “Este sempre será o meu lar”, afirma.
Sobre Kat Graham
Premiada atriz, cantora e humanitária americana, Kat Graham começou a trabalhar com o ACNUR em 2013. Para Kat, a causa dos refugiados é pessoal: seu avô foi um refugiado da Libéria, e sua avó escapou do Holocausto. Como embaixadora da Boa Vontade, Kat usou sua posição para chamar a atenção, arrecadar fundos e despertar empatia para crises de refugiados frequentemente subfinanciadas ou negligenciadas. Ela também tem liderado importantes eventos e campanhas do ACNUR, incluindo aquelas sobre o Dia Mundial do Refugiado, o Ramadã, a campanha pelo fim da apatridia e o Prêmio Nansen para Refugiados. Kat também apoiou iniciativas do ACNUR para chamar a atenção para os desafios enfrentados pelos refugiados LGBTQI, assim como por mulheres e meninas refugiadas em todo o mundo. Com mais de 10 milhões de seguidores nas redes sociais, Kat continua a aumentar a conscientização sobre a situação dos refugiados em suas plataformas.